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Taxa de juros deve ter novo corte; Dólar e Bolsa em alta

(Foto: Shutterstock)

Apesar de a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) estar marcada para os dias 5 e 6 de maio, as expectativas de um corte de até 0,75 ponto percentual na taxa de juros referencial Selic já estão cristalizadas. Na edição mais recente do Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (20), a projeção para a Selic em dezembro caiu de 3,50% para 3%. Quando considerada a projeção “Top 5”, que levanta as projeções das instituições financeiras com melhor índice de acertos, a queda é ainda maior. A projeção para a Selic no fim deste ano é de 2,75%. Na prática, não se descarta a hipótese de que a Selic seja reduzida em até 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Copom.

O comportamento da curva de juros no fechamento dos negócios na quarta-feira (22) mostra que esse movimento do Banco Central (BC) pode vir antes do tempo. No fechamento do mercado, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 recuou de 2,83% ao ano para a mínima histórica de 2,655% ao ano. As taxas de contratos mais longos também caíram. As taxas do DI futuro com vencimento em janeiro de 2022 caiu de 3,37% ao ano para 3,18%, e a do contrato para janeiro de 2023 caiu de 4,37% ao ano para 4,19%.

As declarações de diretores do BC confirmam isso. Privadamente, em reuniões virtuais com os pesos-pesados das finanças, a cúpula da autoridade monetária vem sinalizando que não faz sentido “guardar munição” na política monetária e não atuar com toda a força na direção expansionista, tendo em vista os sinais da economia. Os cálculos mostram que o impacto das medidas de isolamento social para conter a pandemia do coronavírus será pesado. Apesar de a última edição do Boletim Focus mostrar uma retração de 2,96% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, as estimativas corrigidas apontam para quedas de até 5% no PIB. Não por acaso, os mercados subiram na quarta-feira (22). O Ibovespa subiu 2,17% a 80.678 pontos, e o dólar comercial fechou com um novo recorde nominal, a R$ 5,409 na venda, alta de 1,9% em relação à segunda-feira (20).

No cenário internacional, o dia não apresenta uma tendência definida. Os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos oscilam, em linha com o desempenho das bolsas europeias e dos ativos de risco, à espera de mais dados que permitam ao investidor inferir com mais confiabilidade o impacto da pandemia do coronavírus na economia global. As cotações do barril de petróleo tipo WTI superaram US$ 15, estendendo a alta da quarta-feira (22), na esteira de maior tensão geopolítica e de expectativas quanto a um maior esforço de contenção do excesso de oferta da commodity por parte dos grandes produtores. Os contratos futuros do índice S&P 500 estão estáveis, oscilando pouco ao redor do fechamento de ontem.

Inflação em baixa no Brasil

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) referente à semana até 22 de abril variou 0,07%, ficando 0,27 ponto percentual abaixo da taxa registrada na divulgação anterior, referente à semana encerrada em 15 de abril. Os preços de sete das oito classes de despesa componentes do índice desaceleraram. A maior contribuição partiu do grupo Transportes, em que os preços caíram 1,57% ante uma queda de 0,97% na semana anterior. Cabe mencionar o comportamento da gasolina, cujos preços caíram 5,29%, ante a queda de 3,68% da semana anterior.

Pedidos de seguro-desemprego em queda nos EUA

Nos Estados Unidos, os pedidos de seguro-desemprego foram de 4,4 milhões na semana até o dia 18 de abril, informou o Departamento de Trabalho na manhã desta quinta-feira (23). Isso representa uma queda de 810 mil pedidos em relação ao levantamento da semana anterior.

Apesar do cenário internacional incerto, o dia será positivo para a Bolsa que deve abrir em alta indicando que os investidores estão mais atentos à conjuntura interna dos juros do que aos solavancos do petróleo.

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