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Novo pacote de ajuda nos EUA anima mercados globais

(Foto: Shutterstock)

Os mercados acionários globais ensaiam um movimento de recuperação nesta quarta-feira (22), após as fortes quedas da terça-feira (21), dia em que os pregões brasileiros não funcionaram devido ao feriado de Tiradentes. As razões para a alta são expectativas positivas dos investidores com relação aos resultados de várias empresas americanas no primeiro trimestre, além de um pacote suplementar de estímulo de US$ 484 bilhões aprovado na terça-feira (21) pelo Senado dos Estados Unidos, e que agora será apreciado pela Câmara dos Deputados.

Os pregões da Ásia chegaram a acompanhar esse movimento de recuperação perto do encerramento dos negócios. Em Xangai, o índice SSE fechou em alta de 0,6%, e em Seul o índice Kospi subiu 0,9%. Na Europa, tanto o índice alemão Dax quanto o britânico FTSE avançam mais de 1% no início da manhã (hora de Brasília). Os contratos futuros de S&P 500 indicavam uma alta de 1 por cento.

Os investidores estão demonstrando um aumento no apetite por ativos mais arriscados. Prova disso é a depreciação do dólar em relação a outras moedas. No início desta manhã, o índice DXY do dólar – que mede suas variações ante uma cesta de outras seis moedas relevantes – caía 0,21%, para 100,05 pontos. A libra esterlina era negociada a 1,236 dólares, leve alta ante a véspera, e o euro permanecia estável a US$ 1,086.

Essa recuperação ocorreu depois que o mercado de petróleo ter registrado os dois dias mais tensos da história recente. Na terça-feira os contratos futuros do barril do petróleo tipo Brent caíram 24 por cento para US$ 19,33 por barril, o menor nível desde fevereiro de 2002. Os contratos para junho do petróleo do tipo West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em junho recuaram 43 por cento, para US$ 11,57 por barril. Na segunda-feira (20), os contratos futuros de WTI com vencimento em maio, que expiraram na terça-feira, chegaram a ser cotados a US$ 37,63 negativos pela primeira vez na história. A explicação para esse absurdo é técnica: sem locais para estocar o produto, quem receber o petróleo fisicamente pode ter custos maiores do que o valor do barril naquele momento.

A conta é simples. O mundo produz 95 milhões de barris de petróleo por dia, em média. Após a pandemia, o desaquecimento econômico provocado pelas medidas de isolamento social fez a demanda cair para cerca de 75 milhões de barris por dia. Sobram 20 milhões de barris sem consumir todos os dias, e esse excedente tem de ser estocado em algum lugar.

O problema é que os espaços estão acabando. Os estoques de petróleo já vinham crescendo desde o início de março, depois que Arábia Saudita e Rússia não conseguiram fechar um acordo sobre os cortes na produção, à medida que os impactos da pandemia sobre a economia se aprofundavam. Na terça-feira, autoridades da Arábia Saudita e da Rússia disseram que estão prontas para tomar “medidas extras” para estabilizar os mercados de petróleo, mas ainda não anunciaram nada concreto.

Em um dia sem indicadores relevantes, o comportamento dos ativos brasileiros será pautado pelo ânimo dos investidores internacionais. Há duas tendências conflitantes. No lado negativo, as ações por aqui estão “atrasadas” em relação às quedas da terça-feira (21). No lado positivo, os mercados na Europa e nos Estados Unidos estão em alta. Os primeiros negócios com os contratos futuros de Índice Bovespa indicam uma queda de 1 por cento, para “tirar o atraso” em relação à véspera. Ou seja, espera-se um dia marcado por uma forte volatilidade

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