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Queda no preço do petróleo impacta mercados

(Foto: Divulgação)

O preço do petróleo começou a semana caindo para os níveis mais baixos desde março de 1999. No mercado à vista, às 9 horas desta manhã (horário de Brasília) o barril do petróleo do tipo WTI era cotado a US$ 22,37, queda de 10,63%. No mercado futuro, os contratos do WTI eram negociados a US$ 11,21 por barril, queda de 38,64% cento em relação à sexta-feira. No mesmo horário, o petróleo do tipo Brent era negociado a US$ 26,38, queda de 6% em relação à sexta-feira.

A queda nos contratos futuros do WTI está sendo artificialmente acentuada pela proximidade do vencimento – os contratos expiram na terça-feira (21), quando os mercados não funcionam no Brasil. No entanto, há razões operacionais também. Além da queda da demanda, os especialistas se preocupam pela capacidade de os Estados Unidos armazenarem petróleo estar perto do limite. O volume de petróleo armazenado no país está aumentando, à medida que as refinarias produzem menos, devido à queda na demanda. Além disso, maio se aproxima. No mês que vem, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverão começar a reduzir a produção diária. O corte combinado é de 9,7 milhões de barris por dia.

A indústria do petróleo tem reduzido rapidamente a produção em face de um declínio estimado de 30 por cento na demanda de combustível em todo o mundo. As autoridades da Arábia Saudita previram que os cortes totais na oferta global dos produtores de petróleo podem chegar a quase 20 milhões de barris por dia, mas isso inclui cortes voluntários de países como Estados Unidos e Canadá.

A reação dos mercados foi ruim. Na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou em queda de 1,15%. Na Europa, o índice alemão Dax está em queda de 1,4% e o britânico FTSE recua 0,7%. Os contratos futuros do índice S&P 500 estão em baixa de 1,82% e os contratos futuros do Ibovespa caem 2,56%, com o índice pouco abaixo de 77 mil pontos.

Reabertura econômica

Outro fator a chamar a atenção dos investidores é o início dos processos de reabertura econômica. Nesta segunda-feira (20), estabelecimentos comerciais na Alemanha com áreas inferiores a 800 metros quadrados poderão voltar a funcionar. A indústria automobilística também poderá voltar a funcionar parcialmente. Ela representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) alemão e estava parada desde março. Será um momento de alívio para um país cuja economia cresceu apenas 0,6% no ano passado, e que deve amargar uma recessão de 6,9% neste ano segundo cálculos do Fundo Monetário Internacional.

Nos Estados Unidos, o Estado do Texas, onde houve 19 mil casos e 490 mortes pelo covid-19, vai permitir que as pessoas voltem a frequentar praças e parques durante o dia, desde que usando máscaras e mantendo distância. A Califórnia, ao oeste, que foi uma das primeiras a impor medidas de isolamento, elaborou um plano de seis etapas para a retomada das atividades. Estados mais afetados, como Nova York, também já começam a discutir maneiras de religar a economia.

PIB, dólar e taxa de juros

O Boletim Focus desta segunda-feira (20) mostra que as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foram postergadas para 2021. A estimativa para este ano voltou a cair, e recuou um ponto percentual inteiro. Agora, o prognóstico é uma retração de 2,96 por cento, ante uma queda de 1,96 por cento prevista na semana passada. No entanto, a projeção para 2021 cresceu para 3,1 por cento, ante os 2,7 por cento esperados no relatório anterior.

O dólar esperado para dezembro subiu para R$ 4,80, ante os R$ 4,60 da edição anterior. E as projeções de inflação e de taxa de juros caíram.

A expectativa para a taxa de juros referencial Selic em dezembro deste ano recuou para 3%, ante os 3,25% da edição anterior. E a inflação esperada, medida pelo IPCA, caiu para 2,33%, ante os 2,52% da semana passada.

Apesar de ser motivada por fatores técnicos e não de mercado, a baixa nos contratos futuros do WTI e a queda no petróleo de um modo geral afeta ainda mais o segmento de energia, que é muito importante para as bolsas. Além disso, como o mercado no Brasil não vai funcionar amanhã devido ao feriado de Tiradentes, a propensão a manter posições diminui nesta segunda-feira.

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