As empresas de saneamento básico têm registrado um aumento na inadimplência por parte dos seus usuários desde o início da quarentena, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). Em média, a falta de cumprimento no pagamento chega a 24%.
A notícia se une a recente deliberação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), que adiou para julho a implementação do reajuste tarifário de 2,49 por cento para a Sabesp. A medida acatou um pedido do governo estadual de São Paulo de não haver quaisquer reajustes nos serviços básicos durante a crise da Covid-19.
As notícias são negativas para as empresas do setor listadas na B3, como a Sabesp (SBSP3), Sanepar (SAPR11) e Copasa (CSMG3), mas sem efeito direto nos preços no curto prazo. As informações já podem ter sido precificadas, visto que o patamar das cotações atual antecipa efeitos bastante adversos nos resultados das companhias.
As ações das três empresas do setor de saneamento estão com desempenho negativo médio em 2020 de -28%, desempenho 4,7 pontos superior ao do Ibovespa no período.
Até mesmo as empresas mais defensivas, normalmente ligadas ao setor de utilidade pública, estão sendo impactadas diante da pandemia do coronavírus e suas respectivas medidas de isolamento social. Diversas políticas de flexibilidade no pagamento das faturas de água e esgoto para o segmento residencial estão sendo anunciadas nos estados.
Em linhas gerais, temos percebido que as empresas de serviços essenciais estão sendo utilizadas como política econômica para enfrentamento do coronavírus.
Os principais catalisadores das ações do setor são: revisão do marco regulatório do setor de saneamento no Congresso e suas possíveis privatizações. Ambos estão temporariamente fora de discussão devido ao coronavírus.
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