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Reunião da Opep vai definir preço global do petróleo

(Foto: Divulgação)

Esta quinta-feira (9) e a sexta-feira (10), quando vários mercados deixarão de funcionar devido ao feriado da Sexta-Feira Santa, serão dias decisivos para o mercado mundial de petróleo. Representantes dos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia farão uma videoconferência às 11 horas (horário de Brasília) para definir cortes na produção global de modo a manter os preços. A redução da extração é necessária para evitar um desabamento das cotações da commodity.

A demanda aparente por petróleo caiu mais de 30% nos últimos três meses devido à desaceleração econômica global decorrente da pandemia do coronavírus. Com isso, as cotações recuaram para os menores níveis em quase 20 anos. O barril de petróleo do tipo Brent chegou a ser negociado a US$ 20. Na quinta-feira, ele estava cotado a US$ 34,06, alta de 3% em relação à véspera.

O mercado tem estado agitado. A pandemia de coronavírus obrigou diversos países a impor medidas de isolamento social, o que provocou uma queda drástica na demanda por energia, petróleo em especial. O momento não poderia ser pior. No início de março, Rússia e Arábia Saudita, dois dos maiores produtores mundiais, iniciaram uma guerra de preços após o governo saudita recomendar reduzir a produção em 1,5 milhão de barris de petróleo por rua. As autoridades russas não concordaram, encerrando um acordo de contenção da produção que já durava três anos. Sem um acordo, os preços do petróleo poderão cair para 10 dólares por barril, o que reduziria os lucros de muitas das empresas petrolíferas globais, incluindo a Petrobras (PETR3 / PETR4).

Para piorar, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou que, na semana finda em 4 de abril, houve 6,606 milhões de pedidos iniciais de seguro-desemprego. O número ficou levemente abaixo dos 6,867 milhões de pedidos da semana anterior, mas mostra que o desemprego continua crescendo aceleradamente nos Estados Unidos.

MERCADOS

As bolsas mundiais começaram o dia ensaiando uma recuperação, em meio a expectativas de que a pandemia de novo coronavírus esteja se aproximando do pico do número de casos. Na China, a bolsa de Xangai subiu 0,37%. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,38%. Na Coreia do Sul, o Kospi fechou em alta de 1,61%. As bolsas europeias abriram o pregão desta quinta-feira em alta, em meio a expectativas de que o novo coronavírus esteja se aproximando do pico, mas não sustentaram a alta. Em Londres, o índice FTSE abriu em alta de 2%, mas a valorização retrocedeu. Em Frankfurt, o índice Dax começou o dia com alta de 1,7%, mas o indicador aproximava-se da estabilidade em relação à véspera.

INDICADORES 1

A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 0,07% em março ante 0,25% em fevereiro, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o menor resultado para um mês de março desde o início do Plano Real, em julho de 1994. No ano, o indicador acumula alta de 0,53% e, nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é 3,30%.

O que puxou a inflação para baixo foram os preços dos artigos de residência, que caíram 1,08%, e o grupo dos Transportes, cujos preços encolheram 0,9%. Os preços das passagens aéreas caíram 16,75% e os preços dos combustíveis diminuíram 1,88%. Segundo o IBGE, os preços das passagens aéreas já vinham em queda nos últimos meses. Por isso, ainda não é possível afirmar se o recuo deste mês tem relação com o coronavírus.

INDICADORES 2
A estimativa de março para a safra de grãos de 2020 indica outro recorde. O prognóstico é de 245,2 milhões de toneladas, 1,5% superior à safra de 2019, que também foi recorde. No entanto, a previsão caiu 1,6% em relação aos 249,1 milhões de toneladas previstos em fevereiro, uma redução de 3,9 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE. Dentre as alterações mais importantes houve uma redução de 3,6% no volume esperado para a soja e aumentos de 2,5% nas estimativas para o arroz e de 1,8% na produção esperada de milho.

O dia promete volatilidade elevada, tanto pela expectativa com relação à decisão da Opep sobre a produção de petróleo quanto pela esperada redução do volume de negócios pela antecipação dos feriados de Páscoa. No início dos negócios, os contratos futuros de Ibovespa e os contratos futuros de S&P 500 recuam.

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