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Bolsa se recupera e fecha com alta superior a 6%; dólar fica em R$ 5,29

(Foto: Shutterstock)

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, recuperou as perdas dos últimos pregões nesta segunda-feira, 6, ao fechar com ganhos de 6,52% aos 74.072,98 pontos. No entanto, o bom humor não se estendeu ao dólar – a moeda encerrou com queda de 0,65%, sendo negociada a R$ 5,29

O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, abriu as negociações do dia em forte alta, superior a 5%. Os ganhos foram se intensificando ao longo do pregão e a B3 ultrapassou o patamar dos 70 mil pontos. Na máxima do dia, às 14h18, a Bolsa estava nos 75.196,26 pontos.

O resultado, obviamente, trouxe alívio aos investidores. Vale lembrar que na última sexta-feira, 3, a B3 encerrou com queda de 3,76%, aos 69.537,56 pontos. O número trouxe preocupação ao mercado, já que na última vez que a Bolsa caiu ao patamar dos 60 mil pontos, ela ficou a apenas 5% de ter uma queda ainda maior e bater na casa dos 59 mil pontos.

Já o dólar, que abriu em queda de 0,78%, cotado a RS 5,28, ampliou as perdas ao longo das negociações e voltou a bater na casa dos R$ 5,25. No entanto, já no final do tarde desta segunda, o valor da moeda tornou a subir. Na mínima do dia, o dólar era negociado a R$ 5,22.

O valor, no entanto, não é uma surpresa aos investidores. Na última sexta, a moeda bateu novo recorde nominal – quando não se desconta a inflação -, ao terminar o dia sendo negociada a R$ 5,32. A escala da moeda teve início com o agravamento da crise do novo coronavírus, causador da covid-19. A doença, que abalou mesmo os mercados mais sólidos da Europa, Ásia e Estados Unidos, está sob o olhar do investidor brasileiro. Segundo dados do Ministério da Saúde para esta segunda, o País tem até o momento 553 mortes e 12.056 infectados.

Contexto nacional

Porém, mesmo com esse ambiente externo um pouco melhor, ainda há ingredientes que dificultam uma melhora tão estável nas economias ao redor do mundo, incluindo o Brasil. O petróleo, por exemplo, cai ao redor de 4%, após tombar mais de 7% na madrugada, com o adiamento desta segunda para quinta-feira, 9, da reunião da Opep+ para discutir eventual corte na oferta.

No Brasil, que registra 11.130 contaminados e 486 mortes pela covid-19, os ativos financeiros podem se beneficiar da melhora externa, mas de forma comedida. Em meio à espera do IPCA de março na semana, que será mais curta pelo feriado da Páscoa no País, Europa e EUA, na sexta-feira, o investidor deve repercutir hoje sinais do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a Selic pode seguir estável, em vez de cair como espera a maioria no mercado.

Campos Neto afirmou em teleconferência no sábado que “o que se leva em consideração para (decidir sobre) juros é valor esperado para o ajuste fiscal”, disse. Ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, falaram no fim de semana em teleconferências sobre o “empoçamento” nos bancos dos R$ 1,2 trilhão destinados pelo governo para manter a liquidez no mercado durante a pandemia e prometeram meios para que o dinheiro chegue diretamente a famílias e empresas, como o uso de maquininhas de pagamentos.

Já o Banco Central sinalizou nova liberação de compulsórios e o direcionamento de novos créditos para micro e pequenas empresas (MPEs). Fica no radar ainda outro possível mal-estar diplomático com a China.

Contexto internacional
A melhora no mercado local é reflexo direto do alívio nos índices internacionais, que têm um dia de respiro em meio à diminuição na aceleração de novos casos na Europa. No domingo, 5, o número de mortos ou infectados pelo novo coronavírus caiu em países europeus, como Itália, Espanha, Alemanha, França e Reino Unido. O Irã também viu uma redução no número de casos.

Também no domingo, o presidente americano, Donald Trump, alertou que os Estados Unidos devem enfrentar o pico da pandemia de coronavírus “nos próximos dias”. Ao todo, o País têm mais de 10 mil mortes e no mundo, há um total de 1.113.758 casos e 62.784 mortes, de acordo com a OMS.

Os resultados da economia alemã também animaram os investidores do país. Segundo dados do governo, as encomendas à indústria da Alemanha caíram 1,4% – apesar de negativo, o resultado é melhor que a queda de 3% prevista pelos analistas do The Wall Street Journal. Ajudou a animar o mercado local a notícia de que a chanceler Angela Merkel vai oferecer um programa ilimitado de empréstimos a pequenas e médias empresas. Os valores variam de 500 mil euros a 800 mil euros, a depender do porte da empresa.

Porém, na tarde desta segunda, a atenção dos investidores segue voltada para a saúde do primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Diagnosticado com coronavírus, ele foi internado logo pela manhã para a realização de exames. No entanto, seu quadro de saúde teria piorado e ele precisou ser internado na UTI. Aos 55 anos, o líder britânico testou positivo para a doença no última dia 26 de março.

Bolsas do exterior

As Bolsas da Ásia também tiveram dias de ganhos. O índice japonês Nikkei saltou 4,24% em Tóquio, o Kospi subiu 3,85% em Seul, o Hang Seng se valorizou 2,21% em Hong Kong e o Taiex registrou alta de 1,61%, ao retornar de dois dias de feriados em Taiwan. Na China continental, os mercados de Xangai e Shenzhen não operaram nesta segunda devido a um feriado nacional. Na Oceania, a Bolsa australiana fechou no maior nível em quase três semanas, também ajudada por ações de petrolíferas, que reagiram em alta a um salto de mais de 30% nas cotações do petróleo na última semana. O S&P/ASX 200 avançou 4,33% em Sydney.

Na Europa o dia também foi de ganhos. A Bolsa de Paris fechou com alta de 4,61%, enquanto Madri teve ganhos de 3,99%. Já Milão, Londres e Lisboa tiveram ganhos de 4%, 3,08% e 1,16%, respectivamente. Da região, a Bolsa de Frankfurt foi quem teve os resultados mais altos do dia: ela avançou 5,77%, embalada pelos programas de proteção anunciados por Angela Merkel./ SILVANA ROCHA, SILVANA XAVIER, SERGIO CALDAS E FELIPE SIQUEIRA

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