As medidas de contenção da pandemia do Covid-19 têm levado companhias de transmissão de energia a relatar dificuldades de atendimento por parte de seus fornecedores e prestadores de serviço, além de problemas logísticos devido a barreiras em aeroportos e estradas e fechamento de hotéis.
A situação, se agravada, afetaria principalmente empresas com projetos em construção, que precisam cumprir com os marcos dos contratos de concessão. Por ora, no entanto, as companhias vêm mantendo seus cronogramas e não preveem atrasos em relação aos prazos exigidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além disso, desde terça-feira (31), distribuidoras de todo o país começaram a notificar geradores e comercializadores sobre os potenciais impactos da situação atual, classificando-os como evento de “força maior” que poderia afetar o cumprimento das obrigações contratuais no mercado de energia elétrica.
As notificações das distribuidoras não significam quebra contratual, mas sim que existe um problema e ele precisa ser resolvido. As distribuidoras são a “porta de entrada” para os recursos do setor e o momento atual pode criar um problema sério de caixa.
O problema de caixa das distribuidoras pode afetar diretamente também as empresas do segmento de transmissão já que parte da remuneração das transmissoras é oriunda da tarifa de energia.
Ainda não se sabe qual será o impacto da inadimplência nas distribuidoras de energia, em razão da crise e da resolução da Aneel que suspende o corte no fornecimento para consumidores residenciais inadimplentes.
Os impactos do coronavírus estão sendo sentidos em toda a economia e por empresas de diversos setores do Brasil, com muita pressão sobre a posição de caixa das empresas, especialmente as pequenas e médias.
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