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Após terceiro leilão do BC, dólar à vista fecha em alta de 1,56%, a R$ 4,65

(Foto: Shutterstock)

Os temores em relação aos impactos do coronavírus na economia global voltaram a espalhar a aversão ao risco nos mercados financeiros e, no Brasil, a confirmação dos dois primeiros casos de transmissão do coronavírus em território nacional piorou ainda mais o comportamento dos ativos, que já era muito ruim.

Com isso, o Ibovespa acelerou a queda na reta final, até terminar com baixa de 4,65%, aos 102.233,24 pontos, depois de tocar na mínima de 100.536,15 pontos, com recuo superior a 6%. A Bolsa brasileira já caía mais do que as pares em Wall Street, que cederam ao redor de 3%, devido às incertezas em relação ao câmbio no Brasil.

O dólar à vista chegou a se aproximar de R$ 4,67 e, mesmo com três intervenções do Banco Central, num total de US$ 3 bilhões, encerrou com valorização de 1,56%, a R$ 4,6515. Foi a 12ª alta consecutiva, período no qual acumulou valorização de 8,1%. No ano, com 16% de valorização da divisa americana, o real tem o pior comportamento quando comparado a uma cesta de 34 moedas.

A leitura é de que, após o BC sinalizar corte da Selic, com muitas casas já projetando redução de 0,50 ponto porcentual, além de manter o baixo diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo, uma taxa real zero ou negativa está prestes a se tornar uma realidade.

Isso afasta ainda mais o investidor do Brasil e, em paralelo, ocorre uma série de revisões em baixa para o PIB deste ano, já aquém de 2%. As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, à tarde, de que o câmbio é flutuante e de que as reformas seguirão andando, não amenizaram o quadro.

A disparada do dólar contaminou, inclusive, os juros futuros, que reabsorveram todos os prêmios devolvidos logo após o comunicado do BC que apontava para a continuidade do afrouxamento monetário. O avanço se deu a tal ponto que os vencimentos curtos já não precificam chance de corte de 0,50 ponto da Selic em março, com 100% das apostas concentradas em 25 pontos-base. Mas o avanço maior se deu nos vencimentos intermediários e longos, o que resultou em uma inclinação da curva a termo, a despeito de as taxas dos Treasuries seguirem despencando nos Estados Unidos.

Por lá, além de a Califórnia decretar estado de emergência devido ao coronavírus, o Congresso dos EUA aprovou um pacote fiscal de US$ 8,3 bilhões para minimizar os efeitos do surto. Na área corporativa, a Iata, que representa o setor aéreo, alertou para as dificuldades que estas empresas enfrentarão no mundo. E já há uma primeira vítima: a britânica Flybe pediu falência. No início da noite, o BC anunciou novo leilão extraordinário de swaps para esta sexta-feira, de US$ 2 bilhões.

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