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Ritmo de retomada do IRB preocupa e ações caem após prejuízo

Atualizada às 18h22

As ações do IRB Brasil RE (IRBR3) recuaram nesta sexta-feira (12) na B3 após a divulgação de resultados do terceiro trimestre do ano, que ficaram abaixo das expectativas em razão de sinistros muito elevados – boa parte deles de contratos não-rentáveis já cancelados.

O grupo ressegurador registrou um prejuízo líquido de R$ 155,7 milhões no período de julho a setembro, um número melhor do que as perdas de R$ 215,6 milhões apuradas um ano antes. Analistas temem que os efeitos da reestruturação em curso do IRB podem persistir até 2023.

“Em nossa opinião, a ainda inconsistência no lucro traz incertezas sobre a velocidade de sua recuperação, já que aparentemente as perdas com contratos em descontinuidade parece mais longa do que esperávamos anteriormente. Dito isso, preferimos manter nossa classificação de Neutra no nome, esperando ver números melhores à frente para mudar nossa visão”, avalia o analista Luiz Peçanha, do Safra, em relatório. O preço-alvo estimado é de R$ 7,80.

A equipe do BTG Pactual entende que o processo de “re-underwriting” do IRB “não é uma linha reta ou rápida”, mas reconhece que as perdas líquidas continuam bem acima do esperado. Neste sentido, a possibilidade de a empresa começar a publicar guidance seria bem-vinda. Por ora, enquanto prossegue a reconstrução, os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel acham que ainda não é o momento de entrar nas ações e aguardam melhor visibilidade. A indicação é “neutra”, com preço-alvo de R$ 5,30.

“No longo prazo, ainda há incerteza sobre a rentabilidade recorrente da resseguradora em função da fraude dos balanços, das dívidas contraídas para recompor a liquidez durante processo de reestruturação, do efeito negativo de cauda, da constante troca de executivos (CEO, CFO, Chief Underwriting). Portanto, reiteramos nossa recomendação de Vender para IRBR3 com preço alvo em R$ 4,30”, escrevem os analistas da Genial Investimentos Eduardo Nishio, Guilherme Vianna e Bruno Bandiera, em relatório.

Na Bolsa, os papéis do grupo ressegurador fecharam em queda de 5,79%, cotados a R$ 4,72. Já o Ibovespa perdeu 1,17%, aos 106.334 pontos.