A Fertilizantes Heringer teve seu plano de recuperação judicial homologado pela Justiça, informou a companhia em fato relevante divulgado na noite da sexta-feira, 14. A decisão foi proferida pela 2ª Vara Cível da Comarca de Paulínia (SP).
O plano já havia sido aprovado pelos credores da empresa em Assembleia Geral, realizada em 3 de dezembro do ano passado, mas ainda aguardava a homologação.
O quadro de credores da Heringer é predominantemente composto por fornecedores e instituições financeiras. O valor dos créditos de todas as classes arrolados na recuperação judicial é de R$ 2,045 bilhões.
Como parte da estratégia de reestruturar o seu passivo, levantar capital de giro e saldar os débitos com seus credores a empresa suspendeu as atividade de nove unidade produtivas no fim de janeiro, são elas: Rondonópolis (MT), Dourados (MS), Três Corações (MG), Uberaba (MG), Rio Verde (GO), Porto Alegre (RS), Rio Grande (RS), Paranaguá (PR) e Rosário do Catete (SE).
Segundo a companhia, estas unidades vão ficar em processo de hibernação com licenças e manutenções necessárias para operação. Agora, a Heringer opera com sete unidades de mistura com uma capacidade instalada total de 2,9 milhões de toneladas ao ano.
Representantes jurídicos da Heringer temiam pela não homologação do plano em virtude do interesse da russa Uralkali em adquirir o controle da companhia brasileira.
A empresa russa deflagrou uma ofensiva para evitar a homologação do plano da Heringer, alegando que o balanço da brasileira está inflado e apresenta inconsistências contábeis.
A estratégia da Uralkali irritou a Heringer que pediu à Justiça que os russos sejam investigados por crime falimentar e classificou-a como “postura reprovável”.
No ano passado, a Uralkali fez uma oferta de US$ 115 milhões para comprar o controle da Heringer, mas o negócio não foi concluído por divergências entre as empresas.
“Desde então, mantendo a postura questionável adotada durante o período de negociações, o Grupo Uralkali vem atuando, judicial e extrajudicialmente, de forma retaliatória para, de maneira absolutamente injustificada, prejudicar a companhia”, afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Heringer, Dalton Heringer, em comunicado aos investidores.
Por Isadora Duarte
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