Os trabalhos para desencalhar o meganavio Ever Given, que está no Canal de Suez desde terça-feira, 23, foram bem-sucedidos. A Leth Agencies informou nesta segunda-feira, 29, que o navio foi retirado do banco de areia e desobstruiu a passagem do canal, após intensos trabalhos com equipamentos de dragagem, rebocadores e com ajuda da maré alta. “O almirante Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal de Suez, proclamou a retomada do tráfego de navegação no canal”, anunciou a instituição responsável pela via marítima em um comunicado.
Agora, os rebocadores vão puxar a embarcação em direção a um grande lago, no meio da hidrovia, onde a mesma passará por inspeções. Mais cedo nesta segunda-feira, os engenheiros afirmaram que conseguiram fazer o navio flutuar parcialmente, sem fornecer mais detalhes sobre quando a embarcação seria liberada.
Os trabalhadores conseguiram tirar a proa do tamanho de um arranha-céu da parte arenosa do canal, onde a embarcação estava presa, causando um prejuízo diário de US$ 9,6 bilhões e deixando centenas de navios na fila.
Embora o avanço tenha marcado o movimento mais significativo da embarcação desde que ficou presa, a tripulação de resgate pediu cautela, pois ainda há obstáculos. “Não comemore tão cedo”, disse Peter Berdowski, CEO da Boskalis, a empresa de resgate contratada para extrair o Ever Given, a uma rádio da Holanda.
Dados de satélite do MarineTraffic.com mostraram que a proa do navio, antes alojada nas profundezas da margem do canal, foi parcialmente tirada da costa. A popa do navio girou e agora está no meio da hidrovia, mostraram os dados de rastreamento.
Espera e perdas
Os navios carregados à espera do desbloqueio transportam desde carros, petróleo iraniano para a Síria, 130 mil ovelhas e laptops. Eles abastecem grande parte do globo enquanto percorrem o caminho mais rápido da Ásia e Oriente Médio para a Europa e a Costa Leste dos Estados Unidos.
Alguns navios decidiram não esperar, dando meia-volta para fazer o caminho mais longo ao redor do extremo sul da África, uma viagem que pode adicionar pelo menos duas semanas ao trajeto e custar mais de US$ 26 mil por dia em combustível.
“Cerca de 90% do comércio varejista global se move em contêineres”, disse Alan Murphy, fundador da Sea-Intelligence, empresa de dados e análises marítimas. “Então tudo é impactado. Diga o nome de qualquer marca e ela ficará presa em uma dessas embarcações”, completou. (Com agências internacionais).
Por Redação
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