A Cemig obteve lucro líquido de R$ 1,332 bilhão no quarto trimestre de 2020, montante 136,2% maior do que o lucro de R$ 563,962 milhões (reapresentado) no mesmo período de 2019. O balanço da companhia foi divulgado na madrugada deste sábado, 27.
A Cemig listou uma série de fatores que influenciaram o resultado líquido do trimestre.
Entre eles está o lucro operacional medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da Cemig GT, no valor de R$ 599,226 milhões. Esta linha contou com efeito positivo da uniformização de práticas contábeis na transmissora de R$ 191 milhões e R$ 100 milhões no balanço reapresentado do quarto trimestre de 2019, em contrapartida houve impacto negativo de exposição líquida na CCEE de R$ 131,513 milhões.
A representação do balanço do fim de 2019 está em linha com ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com indicações de como fazer registros contábeis de ativos do setor elétrico.
O lucro do quarto trimestre de 2020 também contou com efeito positivo no resultado financeiro da Cemig GT de R$ 615,077 milhões, relacionado a dívida de eurobonds e instrumento de hedge correspondente, o que compensou o efeito negativo de R$ 611,389 milhões no acumulado nos primeiros nove meses do ano.
A companhia citou a reversão da perda acumulada no ano do investimento na Light, com impacto positivo da remensuração no valor R$ 270,267 milhões, correspondendo a um valor líquido de tributos de R$ 178,376 milhões.
Outro ponto foi o melhor resultado na linha de equivalência patrimonial, com ganho de R$ 94 milhões, principalmente em função do aumento da equivalência da Taesa.
A Cemig lembrou ainda que houve, em janeiro deste ano, fez alienação da participação remanescente na Light com entrada de R$ 1,372 bilhão no seu caixa.
Apesar do resultado mais forte no quarto trimestre, a Cemig fechou o ano de 2020 com queda de 10,3% no lucro líquido na comparação com 2019, passando para R$ 2,864 bilhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,653 bilhão no trimestre, alta de 79,1%, e totalizou R$ 5,694 bilhões no ano, crescimento de 29,7%.
Já o Ebitda no critério ajustado – que exclui itens considerados não recorrentes – atingiu R$ 1,187 bilhão no trimestre, alta de 23,6%, e totalizou R$ 4,875 bilhões no ano, expansão de 7,1%.
A margem Ebitda ajustado no trimestre subiu 2,5 pontos porcentuais, para 17,3%, e no ano cresceu 0,9 ponto porcentual, alcançando 19,8%.
A receita líquida no trimestre somou R$ 6,865 bilhões, aumento de 5,8%, e no ano totalizou R$ 25,228 bilhões, leve recuo de 1,0%.
A Cemig chegou ao fim de 2020 com dívida líquida de R$ 9,215 bilhões, 31,7% a menos do que no fim de 2019. Esse montante é o resultado de uma dívida bruta de R$ 15,020 bilhões (alta de 1,65%) e uma disponibilidade em caixa e equivalentes de R$ 5,805 bilhões (salto de 350,23%).
A empresa informou que tem registrado um saldo líquido positivo de operações de hedge, referente a proteção da dívida dos Eurobonds, no valor total de R$ 2,948 bilhões. Descontando esse efeito do hedge, a dívida líquida da companhia fechou 2020 em R$ 6,266 bilhões, queda de 46,9% ante 2019.
Por Circe Bonatelli
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