Os investimentos do governo federal no setor de transportes recuaram 4% em 2020 em relação a 2019, registrando um total de R$ 8,3 bilhões, o menor nível desde 2005, de acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base nos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi).
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Os gastos de R$ 8,3 bilhões em 2020 consideram os recursos investidos pelo Ministério da Infraestrutura, pela Infraero e pelas sete companhias docas federais. O valor representa cerca de apenas um terço do registrado no melhor momento da série histórica, em 2010, quando os investimentos federais em transportes alcançaram R$ 24,3 bilhões (considerando a correção pelo IPCA no período).
Naquele ano, foram autorizados R$ 31,4 bilhões para investimentos no setor, enquanto em 2020 o valor previsto no orçamento foi de R$ 9,8 bilhões – ou 68% a menos do que em 2010. A CNI reconhece que a redução progressiva da capacidade de investimento do setor público nos últimos dez anos é um reflexo da crise fiscal e econômica que o País ainda enfrenta.
“Vale destacar que, nos últimos dois anos, o Ministério da Infraestrutura executou praticamente a totalidade dos recursos autorizados para investimentos, resultando em mais de 90 obras entregues apenas em 2020, ano ainda mais desafiador ao andamento dos empreendimentos em função da pandemia”, destaca o gerente executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.
O pasta de Infraestrutura respondeu por R$ 7,8 bilhões em investimentos em transportes no ano passado, equivalentes a 92% do seu orçamento para o ano. Já a Infraero investiu R$ 443,7 milhões, ou somente 21% do volume autorizado. O conjunto de companhias docas investiu R$ 40,8 milhões, ou apenas 7% do total autorizado para 2020.
Para a CNI, a retomada dos investimentos em transportes no Brasil depende do andamento da agenda de reformas, como a tributária e administrativa, além da modernização de marcos legais de infraestrutura.
“A continuidade e aprofundamento dos processos de concessão e de privatização adotados até o momento são questões chave para intensificar o processo de recuperação e auxiliar na pavimentação de um novo ciclo de crescimento com base na expansão do investimento”, acrescenta o especialista em Infraestrutura da CNI, Matheus de Castro.
Por Eduardo Rodrigues
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