O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil acelerou de janeiro para fevereiro, de 56,5 para 58,4 pontos, superando ainda mais o limite neutro, de 50,0, o que indica expansão da atividade, conforme a IHS Markit. Contudo, a velocidade de recuperação permaneceu mais branda do que a média do último trimestre de 2020 (64,1).
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Segundo a IHS Markit, o aumento em fevereiro foi orientado tanto pelo avanço da produção quanto pela alta em novos pedidos. Na produção, contudo, houve desempenho diferente entre os setores, com elevação dos bens de investimento e desaceleração de bens de consumo.
O avanço da produção é atribuído à demanda doméstica, enquanto a externa avançou em fevereiro, de acordo com a IHS Markit, mas apenas de forma marginal e concentrada em bens intermediários. Os produtores informaram que a preocupação dos clientes com a pandemia de covid-19 e a falta de matéria-prima foram os principais problemas no mês.
Mais da metade dos fabricantes que participaram da pesquisa (53%) indicou prazos de entrega mais longos para a produção de insumos, contra apenas 2% que apontaram melhora. “Como resultado, os dados mais recentes indicaram outra queda importante no desempenho dos fornecedores, o que levou ao desabastecimento de estoques e a um aumento acentuado no índice de pedidos em atraso.”
A compra de insumos, por sua vez, aumentou ante janeiro, com o objetivo de reduzir a escassez no fornecimento e também refletindo a alta de pedidos. Os preços dos insumos também se mostraram maiores, com a forte demanda global e a alta de custos de transportes. A taxa de inflação atingiu o nível mais alto em três meses e, segundo a IHS Markit, pressão relevante foi identificada nos preços de fábrica, em uma tentativa de descomprimir as margens.
Apesar dos problemas com a cadeia de suprimentos global, o otimismo dos fabricantes em relação ao negócio nos próximos 12 meses aumentou ante janeiro, diz a IHS Markit. “Os participantes da pesquisa observaram que são esperados novos investimentos para ampliação de capacidade e um aprimoramento dos pedidos para fomentar a produção ao longo do ano. Também houve relatos de esperança de recuperação contínua da demanda doméstica e das exportações em razão do avanço da imunização contra covid-19 ao longo do ano.”
Por Thaís Barcellos
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