A edição mais recente do relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgada na manhã desta segunda-feira (3) indicou que o mercado voltou a revisar para baixo as projeções de inflação para o ano. A estimativa do IPCA para 2020 recuou para 3,40%, ante 3,47% do levantamento anterior e dos 3,60% estimados há quatro semanas.
Há boas justificativas para isso. Nesta manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou a inflação ao consumidor da última semana de janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor – Semana (IPC-S) até o dia 31 de janeiro registrou uma inflação de 0,59%. O indicador mostrou uma leve alta de 0,03 ponto percentual acima dos 0,56% divulgados na semana anterior. Com isso, o IPC-S acumula alta de 0,59% no ano e de 4,13% nos últimos 12 meses.
O grupo Alimentação, que vinha contribuindo para a alta dos índices nos últimos meses, mostrou uma desaceleração nos preços. A inflação desse grupo recuou para 0,64% ante 1,12% na semana anterior. Especificamente as carnes bovinas caíram de preço. Esse item registrou uma deflação (queda de preços) de 2,62%, ante uma alta de preços de 0,67% na semana anterior. Dois dos oito grupos viram seus preços subir. A maior alta foi no grupo Educação, Leitura e Recreação, cujos preços avançaram 2,30% na semana, ante 0,95% na semana anterior.
Nesse cenário, o Focus mantém a projeção de uma taxa referencial Selic a 4,25% no fim deste ano. E permanece a convicção de boa parte do mercado de que essa redução poderá ocorrer daqui a dois dias, na quarta-feira (5), encerramento da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2020.
Há uma grande indefinição no mercado, mas o comportamento das bolsas europeias e do mercado futuro de ações dos Estados Unidos indica que a tensão está restrita à Ásia. Apesar de os prognósticos para o Brasil não serem dos piores, a recomendação é esperar o início dos negócios nesta semana.
Be First to Comment