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Rivais reiteram tática no último dia da TV

As campanhas do prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), e do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, vão redobrar a aposta em suas estratégias e recorrer ao tom emotivo e otimista no último dia de exposição na TV antes da votação no segundo turno. Hoje se encerra a propaganda do horário eleitoral e os candidatos terão a última chance de um confronto direto no debate da TV Globo.

Covas, que lidera as intenções de voto, procurou se apresentar na maior parte do chamado palanque eletrônico como um tocador de obras. No último programa, o tucano vai criticar de forma indireta o adversário, Guilherme Boulos (PSOL) e fazer um apelo para que os eleitores optem pela “experiência”.

“Estou fazendo essa campanha de forma transparente. Falando olho no olho, focado nas pessoas. Sem artista famoso, sem político antigo, sem agressões. A minha aliança é com você, com a população”, diz Covas, destacando que há uma crise “enorme'” para se enfrentar.

“Essa eleição é sobre quem tem mais experiência e mais condições de juntar forças para motivar São Paulo e oferecer a esperança de verdade. São Paulo é muito grande e diversa para estar a serviço de um único partido, de um projeto de poder. Não é hora de aventuras e de vender ilusões. Ninguém é dono da verdade.”

Depois de evitar a nacionalização do debate ao longo da campanha, o PSDB busca reativar o eleitor antipetista com uma narrativa polarizante. O “partido único”, no caso, é uma metáfora da frente de esquerda que se formou em torno de Boulos, que inclui Lula, Ciro Gomes, Flávio Dino, Orlando Silva e até Marina Silva.

A campanha uma série de ações de rua em diversos pontos da cidade. A ex-prefeita Marta Suplicy vai reforçar a campanha nas ruas do Grajaú e Parelheiros, no extremo sul, sem o prefeito no carro adaptado.

A campanha tucana minimiza o impacto do último debate da eleição. A avaliação é que formato não permite um confronto beligerante, que é tudo que Covas pretende evitar. Para um integrante da coordenação da campanha, o “ônus” de atacar do adversário será de Boulos.

Periferia

A campanha do candidato do PSOL na TV terá como foco a periferia, onde se concentra a maioria dos eleitores e o candidato ainda vê espaço para crescimento.

Conforme pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão divulgada anteontem, Boulos é mais desconhecido entre a parcela mais pobre da população – aquela que recebe até um salário mínimo por mês. Nela, 38% dizem não conhecer o candidato do PSOL o suficiente. Um em cada quatro paulistanos afirma não conhecer suficientemente Boulos. No caso do prefeito, apenas um em cada dez manifesta o mesmo desconhecimento.

Boulos deve se concentrar hoje na preparação para o debate na TV Globo. A estratégia será traçada ao longo do dia conforme o desenrolar dos acontecimentos.

Um fato que preocupa a campanha é a divulgação de vídeos nos quais aliados de Covas acusam Boulos de tentar explorar politicamente a doença do prefeito. O PSOL procura explorar o noticiário negativo que envolve Ricardo Nunes, o candidato a vice na chapa do tucano (mais informações nesta página).

Pesquisas

Conforme as pesquisas, Covas mantém a liderança na corrida eleitoral pela Prefeitura na reta final da campanha em segundo turno. Levantamento divulgado ontem pelo Datafolha, o prefeito tem 47% das intenções de voto, ante 40% do candidato do PSOL. O levantamento mostra ainda que há 4% de indecisos e 9% que pretendem votar nulo ou branco. Em relação à pesquisa anterior, Covas oscilou um ponto – estava com 48%. Já Boulos se manteve com 40%.

Se considerados apenas os votos válidos (excluídos brancos, nulos e o porcentual de eleitores indecisos), o placar é de 54% para Covas ante 46% de Boulos. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo SP-09865/2020.

Na pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão divulgada anteontem, o prefeito tem 48% e o candidato do PSOL 37% das intenções de voto. Há, ainda, 4% de indecisos, e 12% pretendem votar nulo ou em branco. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o protocolo SP 09681/2020.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo

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