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Juros futuros fecham em alta com exterior e incertezas fiscais

(Foto: Shutterstock)

O alívio nos prêmios de risco da curva de juros visto pela manhã se dissipou na etapa vespertina e as taxas acabaram fechando o dia em alta. A piora veio a partir do exterior e atingiu os ativos de forma generalizada, com mais força sobre a Bolsa, com gordura para queimar após o rali recente. Depois de conseguir manter-se em baixa mesmo com o megaleilão de prefixados do Tesouro, as taxas futuras não resistiram à virada para cima do dólar e ao aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais à tarde, em meio à maior preocupação com a disseminação da Covid pelo mundo e sinais negativos sobre as negociações para o pacote fiscal norte-americano.

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Internamente, a perspectiva de retomada das discussões na Câmara chegou a animar pela manhã, mas depois voltou à cena a possibilidade de extensão do auxilio emergencial trazida por Paulo Guedes, ainda que somente na hipótese de uma segunda onda de coronavírus no Brasil, recolocando a cautela com o fiscal no primeiro plano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 terminou em 3,38% a regular e em 3,39% a estendida, de 3,415% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 avançou de 4,956% para 4,98% (regular e estendida). A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou a regular e a estendida em 6,75%, de 6,695% no ajuste. Por fim, o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 7,56% regular e a estendida, de 7,484% ontem.

O mercado vinha realizando lucros nas últimas sessões, mas, nesta manhã, com o dólar bem comportado e o bom humor externo, os investidores voltaram a tomar risco, colocando as taxas em rota de baixa. O ímpeto, porém, foi reduzido após as 10h30, quando o Tesouro anunciou oferta de LTN muito maior em relação ao leilão anterior, e aumentando também o lote de NTN-F. O de LTN, de 31 milhões, dobrou ante o da semana passada (15,5 milhões). Nas NTN-F, o lote foi de 1,8 milhão, de 1,3 milhão na última operação. Ambas as ofertas foram vendidas na íntegra.

Para Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, o leilão teria um efeito ruim no DI se não tivesse tido demanda. “Mas vendeu tudo e o Tesouro tem mesmo de botar papel”, afirmou, referindo-se à grande necessidade de financiamento da dívida. E que pode aumentar se as reformas continuarem paradas. “E temos Bolsonaro falando em coronavoucher no ano que vem, em vez de redução de gastos. Com o que temos hoje, tem cheiro de que o populismo vai ganhar espaço”, disse.

Diante do alastramento de novos casos de Covid na Europa e nos Estados Unidos, o debate sobre a possível extensão da ajuda por aqui vai ganhando corpo. Hoje, o ministro Guedes disse que o governo vai prorrogar o auxílio caso haja uma segunda onda da pandemia no Brasil. “Se houver segunda onda, não é possibilidade, é certeza”, afirmou, acrescentando que, nesse caso, o governo decretará novamente estado de calamidade pública.

Por Denise Abarca

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