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Bolsas da Europa operam com leves altas, apesar de notícias negativas sobre covid

No jogo de forças entre as notícias negativas em torno da pandemia de coronavírus e as mais positivas, vindas de indicadores macroeconômicos e do Fundo Monetário Internacional (FMI), as bolsas europeias operam com leves altas na manhã desta quarta-feira, levando o índice intercontinental Stoxx-600 a subir 0,16%, a 371,56 pontos. A continuidade do enfraquecimento da libra em função das tensas negociações do Brexit, como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), também ajuda as ações de exportadoras listadas na Bolsa de Londres. O dia é de resultados corporativos referentes ao terceiro trimestre, o que deve deixar os negócios mais voláteis ao longo do dia.

No geral, as mais recentes informações sobre a covid-19 pesam sobre o sentimento do investidor. A resiliência do vírus na Europa é fonte de preocupação cada vez mais forte, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, por exemplo, sendo pressionado a voltar a implementar uma quarentena nacional no país. Ele resiste, optando por medidas mais drásticas apenas em algumas partes do Reino Unido porque o Produto Interno Bruto (PIB) local no segundo trimestre do ano foi um dos mais afetados pela crise econômica gerada pelo surto entre os principais mercados do globo.

Ao mesmo tempo em que as infecções de coronavírus voltam a aumentar no continente, importantes pesquisas em torno de uma vacina são deixadas de lado, pelo menos momentaneamente, por questões de segurança. No mês passado, foi a AstraZeneca que suspendeu seu processo. Na segunda-feira, 12, a Johnson & Johnson também informou sobre reações indesejadas em seus testes e nesta terça a Eli Lilly disse que colocará suas atividades em modo de espera, diluindo a esperança de que o globo possa se livrar da doença num prazo relativamente curto. Em todo o planeta, o total de infectados já passa de 38 milhões de pessoas, de acordo com a Johns Hopkins University.

Apesar disso, o FMI melhorou nesta terça sua projeção para a atividade mundial este ano. No lugar de contração de 4,8%, apresentada em junho, a instituição prevê agora uma queda menos acentuada, de 4,4%. Agora cedo, foi divulgado que a produção industrial da zona do euro subiu 0,7% de julho para agosto, em linha com as expectativas, e que caiu 7,2% ante agosto do ano passado, um pouco melhor do que a estimativa de baixa de 7,4%.

No mercado de petróleo, a Agência Internacional de Energia (AIE) manteve a previsão para a demanda global pela commodity terá uma queda de 8,4 milhões de barris por dia este ano, levando os contratos futuros a reduzirem perdas.

Na política, o Brexit ganha cada vez mais atenção dos investidores com a proximidade do prazo considerado como definitivo para que Reino Unido e UE fechem um acordo comercial para depois do divórcio. Com a reunião do Conselho Europeu quinta e sexta-feira, é aguardado algum tipo de avanço nas negociações sob o risco de não se chegar a um pacto em tempo hábil para que entre em vigor no início de 2021.

Para hoje, há a programação de que autoridades do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) falem ao longo do dia. Na agenda de divulgação de balanços, o destaque é para companhias dos Estados Unidos, como Wells Fargo, UnitedHealth, Bank of America, Goldman Sachs, Alcoa e United Airlines.

Às 7h de Brasília, a Bolsa de Londres subia 0,24%; a de Frankfurt tinha alta de 0,11% e a de Paris avançava 0,02%. Milão se valorizava 0,55%; Madri tinha elevação de 0,51% e Lisboa era a única praça a recuar (-0,25%), um dia depois de apresentar ganhos isolados no continente por causa de ações do governo para auxiliar a economia local. No mercado cambial, o euro era negociado a US$ 1,1730, ante US$ 1,1752 do fim da tarde de ontem, e a libra era cotada a US$ 1,2940, de US$ 1,2939 da véspera.

Por Célia Froufe

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