O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, terá de se explicar ao presidente Jair Bolsonaro sobre o aditivo de contrato para auditoria no banco autorizado sob sua gestão. O BNDES pagou, no total, R$ 48 milhões para abrir a “caixa-preta” da empresa, mas não encontrou nenhuma irregularidade.
Nesta terça-feira (29), Bolsonaro afirmou acreditar que há “coisa esquisita” no montante gasto e que “parece que alguém quis raspar o tacho”. O presidente do banco havia desconversado sobre a responsabilidade do aditivo, mas – uma vez revelada a última atualização do contrato sob sua gestão – deve explicações. Os próprios diretores do banco e membros do conselho de administração cobram uma posição do presidente. Segundo fontes, a permanência do executivo no cargo está diretamente relacionada à justificativa de Montezano para o imbróglio.
O episódio tomou contornos dramáticos após a verificação de que não havia praticamente nenhuma irregularidade nas operações do banco entre 2005 e 2018, contrariando o discurso de Bolsonaro de abrir a “caixa-preta”. Além disso, o último incremento no contrato, de cerca de 15 milhões de reais, foi feito no fim do ano passado.
Nesse contexto, pegou mal o presidente Bolsonaro ter tentado jogar a responsabilidade, em entrevista dada em Davos na semana passada, para seus antecessores. Agora, cobra explicações do responsável direto pela decisão.
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