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Resultados das empresas concentram as atenções do mercado

(Foto: Divulgação)

Os investidores começaram a semana preocupados com os efeito da epidemia do coronavírus sobre a economia chinesa. O cerco à cidade de Wuhan, com 11 milhões de habitantes, e o prolongamento do feriado do Ano Novo Lunar por mais quatro dias podem custar até 0,8 ponto percentual no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês no primeiro trimestre, com impactos diretos sobre muito países, o Brasil entre eles.

Nenhum desses fatores de risco se atenuou. Eles apenas saíram um pouco do radar. Na terça-feira (28) os preços se recuperaram das fortes quedas da véspera e foram animados pelas perspectivas de bons resultados das empresas, que começam a divulgar seus. Um exemplo foi a Apple, que anunciou o maior lucro da história, um resultado de US$ 22,2 bilhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 11,5% em relação ao mesmo período de 2018. O resultado foi divulgado após o fechamento dos mercados. Mesmo assim, no pré-mercado do pregão eletrônico Nasdaq as ações estavam em alta de 2% na manhã desta quarta-feira.

Além dos resultados corporativos, o mercado vai se debruçar sobre as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell encerra nesta quarta-feira (29) a reunião habitual de dois dias do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano. A expectativa do mercado é de estabilidade nos juros dos Estados Unidos, que deverão permanecer inalterados na faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. No entanto, além da estabilidade das taxas, o que o mercado quer ouvir é como o BC dos Estados Unidos está inserindo a ameaça do coronavírus em suas projeções.

O impacto de uma epidemia veio em um péssimo momento. A economia chinesa já vinha sendo bastante prejudicada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que desacelerou seu crescimento no terceiro trimestre do ano passado. Superada a divergência comercial, as projeções eram de uma retomada do ritmo dos negócios. No entanto, a epidemia, que pode isolar até 56 milhões de pessoas do sistema econômico chinês, terá um impacto negativo ainda incerto sobre os negócios, com efeitos colaterais ruins sobre os resultados das empresas do outro lado do Pacífico. Como o Fed está vendo essa situação é o que os investidores querem saber.

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