A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses aumentou 0,4 ponto porcentual em setembro, para 4,7%, ante um resultado de 4,3% obtido em agosto, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado interrompe a tendência de queda iniciada em maio. Em relação a setembro de 2019, houve redução de 0,4 ponto porcentual.
“Após atingir o menor valor da série no mês anterior, a expectativa de inflação mediana dos consumidores voltou a subir em setembro em todas as faixas de renda. Apesar da estabilidade dos preços de alguns bens e serviços, o aumento persistente dos itens de alimentação no domicílio pode estar influenciando as expectativas principalmente nos consumidores de renda mais baixa. Para os próximos meses, é possível que a mediana se distancie cada vez mais do mínimo, considerando as constantes revisões nas projeções de mercado e a possibilidade dos preços dos alimentos seguirem pressionados”, avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 54,4% dos consumidores projetaram em setembro valores abaixo da meta de inflação de 4,0% perseguida pelo Banco Central em 2020. Já a proporção de consumidores projetando inflação acima do limite superior da meta de inflação para 2020 (5,5%) subiu de 28,3% em agosto para 30,8% em setembro.
Na análise por faixas de renda, todas aumentaram suas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes, principalmente as famílias de menor poder aquisitivo. Mais afetadas pelo encarecimento dos alimentos, as famílias de baixa renda elevaram em 0,6 ponto porcentual sua expectativa para a inflação, de 4,9% em agosto para 5,5% em setembro, a maior variação positiva desde maio de 2018, quando o avanço foi de 0,7 ponto porcentual.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
Por Daniela Amorim
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