A cidade de Cuiabá amanheceu nesta terça-feira, 15, coberta pela fumaça. A capital de Mato Grosso vem quebrando recordes consecutivos de altas temperaturas nos últimos dias e sofre com a baixa umidade do ar, características da região neste período do ano. O grande volume de incêndios florestais registrados em 2020 no Centro-Oeste tem contribuído aumentar para as cortinas de fumaça que têm se formado constantemente no município.
Desde a noite de segunda-feira, 14, o volume de fumaça no ar começou a aumentar consideravelmente. Nesta terça, ao amanhecer, o céu estava cinza e a fuligem limitava a vista de prédios e pontos mais distantes do campo de visão. O Aeroporto Internacional Marechal Rondon não chegou a ser fechado, mas teve de operar por instrumentos devido à baixa visibilidade.
Com a grande repercussão nacional provocada pelos incêndios no Pantanal, a qualidade do ar em Cuiabá foi um dos assuntos mais comentados na manhã de hoje nas redes sociais. Segundo o Corpo de Bombeiros, a densa fumaça que amanheceu sobre a cidade vem principalmente do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães e da Serra de São Vicente, cortada pela BR-364.
Cuiabá já soma mais de 100 dias sem chuvas. No último domingo, 13, a cidade bateu recorde ao marcar 42,7º. É a primeira vez que esta temperatura é alcançada desde 1911, data em que se iniciaram os registros. No sábado, 12, a máxima foi de 42,4º e na quinta-feira, 10, 42,6º, recorde até então.
Na segunda-feira, 14, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), anunciou que irá decretar estado de calamidade por conta dos incêndios florestais que se espalham no estado para poder pleitear mais recursos federais e desburocratizar ações de combate ao fogo. De acordo com ele, o período sem chuvas deve durar até outubro.
“A gente ganha mais celeridade para fazer algumas aquisições públicas. Senão, uma locação aí de mais viaturas ou aquisição, ou alocação de aeronaves pode demorar 90 dias”, justificou.
Atualmente, segundo o governador, há 2,5 mil homens, seis aeronaves, três helicópteros, 40 equipes dos bombeiros atuando em todo o estado de Mato Grosso.
Por Lucas Bólico, especial para o Estadão
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