Em circunstâncias “normais” (e as aspas aqui são propositais), notícias de um aumento significativo e inesperado da inflação seriam um motivo de preocupação. No entanto, a alta da inflação divulgada na manhã desta quinta-feira (10) não deve ser vista assim. A primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) indicou uma inflação de 4,41% no primeiro decêndio de setembro, forte alta ante os 1,46% no primeiro decêndio de agosto. Com este resultado, a taxa em 12 meses passou de 11,61% para 18,01%.
Por que isso não deve preocupar? Observando-se os diversos componentes do índice, notam-se algumas informações importantes. Por exemplo, nos preços ao consumidor, vale mencionar o comportamento do item passagem aérea. Em setembro os preços subiram 6,74%, após terem caído 8,50% em agosto. Isso indica uma recomposição da demanda no setor, pois as companhias já se sentem confortáveis para reajustar os preços de suas passagens.
Não é o único sinal positivo. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 6,14% nos primeiros dez dias de setembro No mesmo período do mês de agosto, o índice subira 1,85%. A maior alta foi dos preços dos alimentos processados, que avançaram 6,01% em setembro, ante 1,92% em agosto. Apesar da pressão momentânea sobre alguns itens da cesta básica, como o arroz, os preços dos alimentos para o consumidor mantiveram-se estáveis. A inflação de setembro foi de 0,42%, leve decréscimo ante os 0,43% de agosto.
Além dos índices de preços, a temperatura do varejo vem subindo. O volume de vendas cresceu 5,2% em julho na comparação com o mês anterior, após ter subido 8,5 por cento em junho e registrado uma alta recorde de 13,3% em maio, informou na manhã desta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) registrou o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000. Foi a terceira alta seguida no ano. Algumas categorias apresentaram resultados acima do período pré-pandemia de Covid-19, como móveis e eletrodomésticos, hipermercados e supermercados.
Indicadores
O número de pedidos de seguro-desemprego da primeira semana de setembro foi de 884 mil, sem alteração em relação à semana anterior.
Os sinais de retomada na economia brasileira são cada vez mais presentes. Há algumas semanas, os índices de confiança de empresários e consumidores, um dos principais indicadores antecedentes, mostravam a melhora das expectativas. E a aproximação da primavera indica uma retomada dos negócios, com a percepção de que o pior momento da pandemia já foi superado.
Nesta quinta-feira os preços começam o dia em terreno negativo, devido ao movimento de queda dos pregões internacionais. Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 estão em leve baixa.
Be First to Comment