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Com espera por pacote do governo e exterior, dólar fecha em queda, a R$ 5,5918

Em compasso de espera. Este foi o tom do movimento do dólar frente ao real na etapa vespertina dos negócios desta segunda-feira, 24, um dia positivo para os ativos financeiros tanto no Brasil quanto no exterior. A divisa americana oscilou em leve baixa, em torno da estabilidade, indicando que os investidores operaram aguardando o pacote de estímulos econômicos prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas sem deixar o real ampliar valorização, com a cotação não se afastando muito da marca dos R$ 5,60.

Nem mesmo as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento o Estadão Live Talks, promovida pelo Grupo Estado, foram capazes da ampliar alguma direção no segmento de câmbio. O dólar à vista fechou em queda de 0,26%, a R$ 5,5918.

Para Alexandre Almeida, economista da CM Capital, a movimentação no mercado de câmbio tanto na semana passada quanto no início desta ainda está envolta nos temores sobre o equilíbrio fiscal, que desde março vem ganhando o centro das discussões.

“O pacote de estímulos, por um lado é bom, mas por outro volta a gerar ruído sobre a ferida fiscal, com dúvidas sobre se o país terá robustez para levar adiante os estímulos”, disse ele, explicando que é preciso deixar claro de onde sairão os recursos para novos gastos que podem impulsionar a retomada econômica, tanto em relação aos projetos de infraestrutura que estão sendo aventados quanto à ampliação do programa de renda.

Nesta segunda à tarde, Campos Neto disse que já é possível verificar um início de recuperação em “V” da economia, mas tende a se abrandar. Na avaliação de Alexandre Almeida, ele quis dizer que a recuperação não vai ser tão vertiginosa, na intensidade, quanto a queda que ocorreu. “Esse é um cuidado de quem trabalha com expectativas”, disse o economista.

O movimento de desvalorização do dólar desde cedo estava ligado a um sentimento de melhora no cenário externo, com expectativa de vacina experimental nos Estados Unidos. No entanto, diz o economista da CM Capital, na parte da tarde já não havia uma tendência clara por este motivo e também em relação a divisas pares do real.

Por Simone Cavalcanti

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