A indústria de São Paulo, maior parque fabril do País, acumulou um avanço de 20% na produção nos meses de maio e junho, mas ainda não conseguiu resgatar as perdas de 29,4% registradas de fevereiro a abril. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção local cresceu 10,2% em junho ante maio, o segundo mês seguido de recuperação, além de aumento mais intenso desde junho de 2018, mês de recuperação no pós-greve de caminhoneiros, quando avançou 14,0%. Em maio ante abril, a indústria paulista tinha crescido 8,9%. “A indústria de São Paulo ainda não recupera a perda acumulada”, ressaltou Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE. “Ainda vamos ter que esperar os próximos meses para ver se a indústria consegue se restabelecer nesse pós-pandemia. A gente tem recuperação recente em relação a esse tempo de medidas mais fortes de isolamento, mas tem que ter um período de compensação a mais. Nos resultados deste mês ainda há espaço a cumprir para se recuperar desse período de restrições”, completou.
A produção do parque fabril de São Paulo ainda opera 33,5% abaixo do pico alcançado em março de 2011. Na passagem de maio para junho, a melhora foi puxada pelos setores de veículos automotores, de máquinas e equipamentos e de outros produtos químicos.
Segundo Almeida, a velocidade da recuperação de São Paulo nos meses de maio e junho mostra uma capacidade de resgatar as perdas acumuladas. “A indústria mostra capacidade de recuperação dessas suas perdas acumuladas. É um incentivo, que mostra do que pode vir dos resultados dos próximos meses, mas a gente teria que aguardar para verificar realmente essa força de recuperação que a indústria paulista tem”, ponderou.
Em junho de 2020 ante junho de 2019, a indústria paulista recuou 11,8%, a quinta taxa negativa consecutiva. Nesse tipo de comparação, 12 das 18 atividades que integram a indústria local registraram quedas na produção, com destaque para os impactos de veículos automotores e de máquinas e equipamentos.
De todos os 15 locais pesquisados na pesquisa do IBGE, apenas a indústria do Amazonas já conseguiu recuperar a perda acumulada na crise da covid-19, com ajuda da melhora no setor de bebidas (fabricação de xaropes para refrigerantes, cerveja, chope e refrigerante) e de outros equipamentos de transportes (especialmente da maior fabricação de motocicletas). “Só o Amazonas consegue recuperar essa perda acumulada por enquanto”, disse Almeida.
A produção da indústria amazonense avançou 65,7% em junho ante maio. Na comparação com junho do ano passado, porém, houve recuo de 10,4%.
Por Daniela Amorim
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