A equipe econômica está preparada para defender o teto de gastos e já montou uma força-tarefa para defender o mecanismo no Congresso Nacional. Paulo Guedes e outros técnicos devem trabalhar para demonstrar que a situação fiscal do País é delicada e abandonar ou flexibilizar o teto teria consequências graves sobre as contas públicas.
O ministério da Economia deve fazer uma espécie de roadshow pelo Congresso para convencer deputados e senadores a rechaçarem projetos na direção contrária da austeridade fiscal. Autor da proposta que aciona gatilhos do teto, o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), disse que a força-tarefa será importante para frear o movimento crescente de ideias de flexibilização do teto. Segundo o democrata, não há dúvidas que a pressão vem aumentando no Congresso.
Vale pontuar que economistas anteciparam essa realidade já há algum tempo, quando a pandemia havia chegado no Brasil em meados de março e abril e o governo vinha apresentando seus projetos de auxílio à população e empresas. A chegada de uma discussão sobre aumentar gastos, em função das consequências trazidas pela Covid-19, seria inevitável neste segundo semestre.
É evidente que o mercado está preocupado com a questão fiscal. Os esforços e sinalizações do governo ainda não são suficientes para conter altas no dólar ou derrubar os juros futuros de longo prazo. O mercado de renda variável também não tem se animado tanto com as indicações de defesa do teto. Em meio às incertezas, somente decisões mais contundentes devem acalmar os investidores nesse tema.
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