A prefeita de Freetown, capital de Serra Leoa, Aki Sawyerr, foi incisiva sobre a origem dos recursos para enfrentamento das mudanças climáticas e infraestruturas resilientes nas cidades. Segundo Sawyerr, os recursos devem vir dos “países que causam desastres”, disse em referência a países desenvolvidos.
“Aqueles que emitem menos gases estufa estão sofrendo com secas, queimadas, enchentes. Então os países que causam os desastres têm que ser aqueles que pagam o maior preço”, afirmou. Ela falou a jornalistas ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, no encerramento da cúpula do Urban 20, fórum que reúne mais de 80 prefeitos de cidades do G20.
“A pergunta de US$ 1 milhão é: de onde vêm os recursos? Não sabemos. Estamos entregando (a questão) justamente para o G20, que tem a resposta. Existe fundo de danos da COP-28 e os mecanismos estão posicionados”, disse em tom de cobrança.
A fontes de recursos para ações ligadas ao clima é um dos debates centrais do G20 no Brasil, com os países emergentes e de baixa renda apontando o ônus para os países ricos, enquanto uma parte deles, como europeus, defendem uma mudança nos termos de acordos anteriores para incluir os emergentes na conta. o governo brasileiro e sua presidência no G20 tem sido vocal na necessidade de financiamento advindo do mundo desenvolvido, sobretudo para a preservação de florestas como a Amazônica.
Sobre a origem dos recursos para cidades, Paes minimizou ao dizer que eles existem em bancos multilaterais e que a maior preocupação deve ser a arquitetura de um fundo garantidor para permitir que cheguem às prefeituras de forma mais rápida, sem pesar nas contas nacionais dos governos centrais.
Por Gabriel Vasconcelos
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