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Ativo no exterior é opção para diversificar investimentos

(Foto: Shutterstock)

Você já investiu no exterior ou em ativos dolarizados como o ETF (Exchange Traded Fund) IVVB11, por exemplo, negociado na bolsa de valores e que permite ao investidor brasileiro aplicar nas maiores empresas negociadas na bolsa norte-americana? Os ETFs são fundos de índices que podem ser negociados como ações direto do home broker. Há muitas possibilidades para investir em ativos dolarizados.

Mesmo com o dólar deteriorando o valor do real neste ano, o que acaba afetando a rentabilidade futura do investimento, o investidor brasileiro começou a diversificar sua carteira, apostando também em opções fora do País, o que antes era concentrado em grandes investidores. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número de cotistas de fundos com classificação de “investimento no exterior”  chegou a 88 mil em março, 10 mil a mais do que no início do ano passado.

O aumento no interesse dos investidores brasileiros por ativos no exterior também foi registrado pela Wise&Trust, fintech americana de gestão de investimentos em ativos digitais. “Até maio, o número era cerca de 30% maior em investidores institucionais e Family Offices em relação ao ano passado. Agora, tenho recebido muitos contatos de investidores brasileiros interessados em investir nos nossos produtos, o que marca um aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2019”, afirma Rudá Pellini, cofundador da Wise&Trust.

O executivo explica que o aumento da procura é motivada pelo interesse em estar exposto em uma moeda forte. “Quando o real perde cerca de 32% de valor em relação ao dólar no primeiro semestre do ano, essa constatação fica evidente. Ter exposição no exterior se tornou fundamental para quem pretende ter uma carteira de investimentos diversificada e estar protegido de crises locais, com uma visão global de investimentos. O mais interessante, é que até empresas brasileiras que possuem ações listadas no exterior são uma opção interessante, como é o caso da XP Inc, controladora do grupo XP Investimentos, que abriu o capital no final do ano passado na bolsa americana Nasdaq, mas possuem a operação majoritariamente no Brasil”, diz.

Os baixos juros também são grande catalisadores dessa mudança. Com a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, aquele investidor que antes tinha a maior parte do portfólio em títulos de renda fixa, viu agora uma necessidade em tomar mais risco e diversificar em ativos de renda variável. Esse movimento levou milhares de novos investidores brasileiros para a bolsa, passando em junho a marca de 2,5 milhões de CPFs cadastrados. Um aumento significativo de mais de 1 milhão de CPFs em doze meses.

Investimentos no exterior
Começar a investir no exterior pode ser o desejo de muitos brasileiros. Para iniciar esse processo, antes, é importante se atentar a alguns pontos listados abaixo por Carlos Terceiro, CEO e fundador da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais.

Tenha uma reserva de emergência
Essa é uma dica clássica quando o assunto é finanças pessoais. Se você é brasileiro e tem seus custos em reais, em caso de imprevistos financeiros você irá precisar do seu dinheiro em real e não em dólar, por exemplo. Sendo assim, o recomendado é que você comece a investir no exterior somente quando tiver a sua reserva de emergência formada. O ideal é que esse fundo seja capaz de suprir no mínimo seis meses de gastos e deve estar alocada em investimentos de baixo risco e alta liquidez.

Dólar não é investimento
Muitas pessoas cometem o erro de pensar que querem investir no exterior para investir em dólar, até por recentemente a moeda ter sofrido uma alta significativa. Mas, dólar em si não é um investimento, é uma moeda que sofre uma variação cambial. E quando se investe no exterior, você não está investindo em dólar. Você precisa procurar ativos, conhecer as empresas, investir na bolsa, na renda fixa ou até mesmo em ouro. Além disso, é possível perder dinheiro com a variação cambial.

Tenha estratégias e objetivos
Com juro real zero no País, por mais difícil que seja a busca por investimentos com maiores retornos, você deve ter cuidado com o conhecido efeito manada. Se você não possui estratégias e objetivos financeiros bem definidos o investimento no exterior pode ser um erro. Isso significa que você deve definir: Quanto do seu patrimônio você quer em dólar? Para quê? Essas duas perguntas, por exemplo, podem te ajudar a minimizar os riscos dos seus investimentos no mercado externo.

Escolha uma boa corretora
Com a reserva de emergência montada e estratégias e objetivos bem definidos, se você quer investir no exterior, é hora da prática. Escolher uma boa corretora vai te ajudar muito nesse passo como investidor para que você consiga acessar os investimentos que deseja. Hoje já existem corretoras no exterior que aceitam cadastros de brasileiros. A maior delas é TD Ameritrade que não possui taxas de corretagem; a desvantagem é que não tem atendimento fácil em português. Outra possibilidade é a Avenue, com abertura de conta e envio de dinheiro facilitado; das desvantagens temos a cobrança de taxas de corretagem. No entanto, com um bom planejamento financeiro é possível conseguir bons retornos das suas aplicações financeiras no longo prazo.

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