O consórcio Rotas do Brasil arrematou a concessão da Rota do Zebu (BR-262), rodovia entre as cidades mineiras de Betim e Uberaba. Composto pela Kinea e o grupo de construtoras Way Brasil, o licitante saiu vencedor com um desconto de 15,3% sobre a tarifa básica de pedágio de R$ 0,13969 por quilômetro para pista simples e R$ 0,18160/km para disputa dupla, conforme data base de julho de 2023. O leilão foi promovido na sede da B3, em São Paulo, nesta quinta-feira, 31.
O projeto prevê R$ 8,54 bilhões em investimentos nos 438,9 quilômetros concedidos. Do montante total, R$ 4,4 bilhões serão voltados para obras e R$ 4,1, bilhões para custos operacionais ao longo dos 30 anos de contrato.
O consórcio, que participou hoje do seu primeiro leilão rodoviário, venceu o fundo BTG Pactual Infraestrutura III no viva-voz. Em setembro, o fundo, que opera com capital de terceiros e não do próprio banco, já tinha estreado em certames com o leilão Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG). No entanto, a francesa Vinci Highways, também novata, saiu como vencedora no certame federal mais disputado em seis anos.
A nova administradora deverá elaborar um plano de transição com a Triunfo Concebra, atual concessionária, para assegurar a continuidade dos serviços. A expectativa é que o contrato seja firmado no primeiro trimestre de 2025.
Em 2020, a Triunfo solicitou a devolução da concessão. A empresa atribuiu o pedido à frustração de um financiamento esperado e também da receita, que foi penalizada pela recessão de 2014 a 2016, “causada por diversos fatores políticos e econômicos”.
Projeto
Segundo o Ministério dos Transportes, o objetivo é ampliar a capacidade de tráfego na Rota do Zebu, cuja nomenclatura faz referência ao fato de Uberaba, localizada no triângulo mineiro, ter sido pioneira na criação deste tipo de raça de boi.
O ministério classifica o ativo como um dos mais relevantes corredores logísticos do País, cortando o Brasil de forma transversal e permitindo a conexão do interior com os portos, com destaque para o transporte de produtos agrícolas.
Entre as melhorias previstas na concessão, estão mais de 44,3 quilômetros implantação de 168,87 quilômetros de faixas adicionais e de 3,63 quilômetros de vias marginais. A nova concessionária também ficará responsável por instalar um Ponto de Parada e Descanso (PPD), 17 passarelas de pedestres, 100 pontos de ônibus, além de três passagens de fauna.
A Infra S.A. foi responsável pelos estudos que possibilitaram o leilão da rodovia. Com o modelo proposto pela empresa no edital, cerca de 60% do valor de investimento será realizado dentro dos primeiros sete anos da concessão.
Agenda cheia
Este é o quarto leilão rodoviário promovido pelo governo federal em 2024. A agenda prevê mais cinco certames até o final do ano, todos em dezembro. No dia 12, irão à disputa a BR-060/452 (GO) e duas no Mato Grosso do Sul: BR 262/267 e MS-040/338/95. Uma semana depois, será a vez dos lotes três e seis do Paraná.
No âmbito estadual, o Governo de São Paulo leiloou ontem a Rota Sorocabana. Após uma disputa acirrada com a EcoRodovias, a CCR saiu vencedora com uma oferta de R$ 1,6 bilhão. Pátria e EPR também participaram, mas só as duas melhores foram classificadas para a fase final.
O próximo leilão rodoviário paulista já tem data: 28 de novembro. O governo estadual irá conceder o trecho da Nova Raposo, com previsão de R$ 7,9 bilhões em investimentos em 92 quilômetros de trechos de vias operadas atualmente pela ViaOeste e estradas sob gestão do DER-SP.
Por Elisa Calmon
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