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Indústria bate recorde de consumo de eletricidade em agosto com alta de 7%, mostra EPE

O consumo de energia elétrica pela indústria brasileira bateu o segundo recorde consecutivo em agosto, registrando alta de 7% contra o mesmo mês do ano passado, ao atingir 17.253 gigawatts-hora (GWh), segundo a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O consumo residencial cresceu 5,7% e o comercial 3,2%. No total, o País registrou alta de 5,6% no consumo de energia elétrica no mês passado, ou 45.855 GWh.

Nos últimos 12 meses, o consumo nacional foi de 556.066 GWh, alta de 7,3% na comparação com igual período do ano anterior.

O consumo de eletricidade na indústria cresceu forte em todas as regiões do País no mês passado: Nordeste (+9,3%), Centro-Oeste (+9,1%), Sul (+6,7%), Norte (+6,7%) e Sudeste (+6,3%). A alta do consumo se disseminou por quase toda a indústria, alcançando 31 dos 37 setores monitorados.

Todos os dez setores mais eletrointensivos da indústria expandiram o consumo no País em agosto, com destaque para metalurgia (+6,6%), com alta no consumo novamente dividida entre a produção de alumínio e a siderurgia; fabricação de papel e celulose (+17,2%), impulsionado pela entrada em operação de uma grande unidade de celulose; extração de minerais metálicos (+11,1%) impactada pelas exportações de minérios de cobre e alumínio.

A autarquia observou que a tragédia que assolou o Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano ainda está afetando as estatísticas.

“O consumo no Rio Grande do Sul cresceu 11,6% em agosto, em relação a agosto de 2023, alta superior à registrada pelos outros Estados da região. Essa expansão é explicada pela retomada do consumo pós-enchente e pela contabilização do consumo de mais de 200 mil unidades consumidoras que estavam em regiões alagadas, inclusive da parte acumulada e não faturada em maio, junho e julho de 2024”, explicou a EPE.

Residências

O consumo de energia elétrica nas residências foi de 13.745 GWh em agosto de 2024, subindo 5,7% frente ao mesmo mês de 2023. Apesar da elevação do consumo, foi a menor taxa de variação desde agosto de 2023. O clima mais seco em grande parte do território nacional impulsionou a demanda de eletricidade no mês.

“A expansão do número de consumidores, através de novas ligações, e melhorias das condições macroeconômicas favoreceram o consumo residencial em agosto”, avaliou a EPE.

Todas as regiões apresentaram taxas positivas de consumo residencial no mês: Sul (+13,2%), Norte (+6,8%), Nordeste (+5,0%), Centro-Oeste (+4,2%) e Sudeste (+3,6%). Entre as Unidades da Federação, os maiores destaques foram: Amapá (+31,2%), Rio Grande do Sul (+20,2%), Paraíba (+14,4%), Alagoas (+13,2%), Espírito Santo (+11,7%) e Santa Catarina (+11,3%).

Comércio

Já a classe comercial ampliou em 3,2% o consumo de energia elétrica, para 7.926 GWh em agosto, bem abaixo da taxa de 6,1% registrada em julho de 2024. Com exceção do Centro-Oeste, que registrou queda de 1,9%, todas as outras regiões apresentaram variações positivas de consumo comercial em agosto: Sul (+4,4%), Nordeste (+3,7%), Sudeste (+3,5%) e Norte (+2,8%).

Entre os Estados, a maior alta foi registrada no Rio Grande do Sul (+14,1%), seguido da Paraíba (+10,8%) e Espírito Santo (+10,3%). Em contrapartida as maiores quedas ocorreram no Mato Grosso do Sul (-11,7%), Mato Grosso (-7,2%) e Amapá (-6,7%).

Livre

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre, com 20.399 GWh, respondeu por 44,5% do consumo nacional de energia elétrica em agosto, com crescimento de 12,3% no consumo e de 39,9% no número de consumidores, na comparação com agosto de 2023. O Nordeste foi a região que mais expandiu o consumo (+15,9%) e o número de consumidores livres (+62,8%).

Já o mercado regulado das distribuidoras, com 25.456 GWh, respondeu por 55,5% do consumo nacional em agosto, alta de 0,7%. O número de unidades consumidoras aumentou 1,4% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre. No mercado regulado, o Sul registrou a maior expansão do consumo (+5,3%), enquanto o Nordeste teve a maior expansão do número de consumidores cativos (+2,8%).

Por Denise Luna

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