Após acumular 12 questionamentos na Justiça em torno de normas que editou envolvendo armas e munições, o governo decidiu contratar um expert no assunto para evitar novos reveses. O coronel da reserva Valdir Campoi Junior, instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal com quase 30 anos de experiência, foi nomeado em 27 de maio como assessor na Secretaria-Geral da Presidência. Considerado por militares e atiradores uma autoridade no assunto por sua atuação dentro e fora no quartel, ele vai auxiliar o ministro Jorge Oliveira nessa área.
No Palácio do Planalto, caberá a Campoi a tarefa de avançar nas pautas de flexibilização de armas e munições. Segundo a Secretaria-Geral, as principais funções dele são “revisar os atos normativos, especialmente aqueles referentes à posse e porte de armas de fogo pelos cidadãos, e revisar as normas referentes aos CACs” (sigla do grupo que reúne colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores).
“Recentemente convidei um CAC específico para trabalhar conosco na Secretaria-Geral, justamente para entender do tema de maneira mais efetiva e dar continuidade a essa pauta”, disse o ministro Jorge Oliveira, em entrevista ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), divulgada no dia 11 de julho no canal do YouTube do filho do presidente. Na ocasião, o ministro não divulgou o nome do coronel.
O ministro detalhou que a missão do novo assessor é dialogar a partir da Presidência com o Ministério da Defesa, o Comando do Exército, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para avançar na regulamentação. E pontuou que o “Comando do Exército também tem se sensibilizado com as pautas do presidente”.
Antes de ir para a Secretaria-Geral, em 27 de maio, o coronel estava lotado desde 2019 no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), onde atuava como coordenador de segurança do Palácio do Planalto, que tem como um das atribuições controlar a entrada e saída dos visitantes.
Formado na Academia Militar das Agulhas Negras em 1988, Campoi atuou como instrutor de tiro no Exército entre 1999 e 2013. Entre 2017 e início de 2019, atuou no Conselho Consultivo do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército. Aficionado pela prática de tiro, ele registra participação em clube de tiros desde 1992. Como aluno, frequentou mais de 20 cursos na área. Tem dois livros publicados e atuou como juiz de tiros nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.
O governo Bolsonaro já editou oito decretos e 11 portarias sobre o tema. Uma das normas possibilitou que atiradores possam ter até 60 armas, sendo 30 de uso permitido e outras 30 de uso restrito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Jussara Soares, com colaboração de Patrik Camporez
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