Em recado sobre saúde financeira e distribuição de dividendos pela Petrobras, a presidente da estatal, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira, 9, que a empresa garante o “respeito à lógica empresarial, disciplina de capital e alavancagem controlada”.
Apesar do prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre ligado a efeitos não recorrentes (como o acordo bilionário com o Carf e volatilidade cambial), a companhia anunciou pagamento e dividendos na ordem de R$ 13,6 bilhões para o período.
“Aos nossos investidores, garantimos respeito a lógica empresarial, transparência e governança. Garantimos disciplinas de capital e alavancagem controlada. Faremos isso garantido investimento necessários ao crescimento da empresa e reconhecendo a demanda dos acionistas governamentais e privados pelos dividendos”, disse ela. “Entendemos que, dessa forma, estaremos contribuindo para movimentar a economia do País e movimentar os anseios mais profundos dos acionistas”, encerrou, ao prometer empresa ainda mais “sólida e rentável” no futuro.
Segundo ela, os resultados financeiros da estatal no segundo trimestre foram “sólidos e completamente esperados”. “Eventos não recorrentes, como o acordo com o Carf, trouxeram vantagens expressivas para a empresa e para a União. Além disso, a marcante volatilidade cambial do período, sem efeito no caixa, afetou a contabilidade da companhia, afetando o resultado do trimestre”, disse Magda.
Em breve mensagem gravada, apresentada no início da teleconferência a investidores, a executiva ainda defendeu que indicadores como o fluxo de caixa livre e o lucro operacional seguem saudáveis.
Margem Equatorial
A presidente da Petrobras voltou ainda a defender abertamente a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Ela reiterou que a maior prioridade de sua gestão é “construir um caminho para uma Petrobras longeva” e que isso só será possível se a empresa continuar crescendo.
“Precisamos ser ágeis para manter o histórico de reposição de reservas, enquanto, rumo ao net zero, buscamos mais fontes de energia limpa. Sem reposição de reservas de petróleo e gás, a Petrobras estaria fadada ao insucesso”, disse ela. “Embora ainda existam oportunidades a serem exploradas nas bacias do Sudeste, não podemos renunciar à exploração das bacias da Margem Equatorial brasileira”, continuou.
Segundo ela, é fundamental que a companhia obtenha as licenças necessárias à atividade de procura de petróleo naquela região e, se confirmada o potencial da área, os resultados em termos de emprego e renda para o País serão “absolutamente incontestes”.
Para além da Margem Equatorial, Magda citou também a necessidade de se explorar a Bacia de Pelotas, a qual definiu como “área promissora no Sul do Brasil”.
Ela afirmou, ainda, que a estatal está atenta a oportunidades em territórios estrangeiros e lembrou das potencialidades de campos da Petrobras na Colômbia. “No último fim de semana, descobrimos gás natural na costa da Colômbia em bloco com elevado potencial para novas descobertas”, disse.
Por fim, a presidente da Petrobras listou empreendimentos em via de inauguração, como a Rota 3, que vai trazer mais volume de gás do pré-sal para o mercado brasileiro, entrada em produção do FPSO Maria Quitéria no campo de Jubarte, além de maiores investimentos para a produção de fertilizantes outras matérias-primas que agregam valor ao gás natural produzido pela empresa.
Por Gabriel Vasconcelos e Denise Luna
Be First to Comment