A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aumentou nesta segunda-feira, 29, pela segunda vez, a sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção em 2024. A nova expectativa é de alta de 3%.
A revisão vem após um desempenho melhor que o esperado até aqui tanto no setor quanto na economia nacional como um todo. No começo do ano, a CBIC havia anunciado previsão de aumento de 1,3%. Em abril, a projeção foi elevada para uma expansão de 2,3%.
“Vejo uma perspectiva melhor no segundo semestre em função de um conjunto de variáveis”, afirmou nesta segunda o presidente da CBIC, Renato Correa, em apresentação à imprensa. “A nossa perspectiva está bastante positiva”, disse a economista da instituição, Ieda Vasconcelos.
Alguns fatores ajudam a justificar essa alteração. Um deles foi o incremento das expectativas para o crescimento da economia brasileira, que passou de 1,85% no fim de março para 2,15% atualmente. Isso veio acompanhado de uma resiliência do mercado de trabalho nacional, com mais de 1 milhão de novas vagas com carteira assinada criadas em todo o País, redução do desemprego e aumento da renda da população. Isso favorece a compra de imóveis, as reformas domésticas e a construção de moradias.
A CBIC apontou ainda que as expectativas dos empresários estão mais positivas para os lançamentos imobiliários. O destaque aí se deu pelos novos incentivos implantados no Minha Casa Minha Vida (MCMV) desde o ano passado, aumentando o poder de compra da população.
A economista da CBIC notou ainda que a concessão de financiamento imobiliário tem se mostrado forte. “Apesar do patamar ainda elevado, os juros caíram e ajudaram setor”, disse Vasconcelos.
A liberação de crédito do recursos do FGTS teve um crescimento forte no ano e deve seguir assim, previu. Por sua vez, os financiamentos com recursos da poupança tiveram um crescimento mais discreto até aqui e devem fechar o ano perto da estabilidade, na sua visão. Ainda assim, isso pode ser encarado como um desempenho resiliente visto que os juros seguem altos.
Outros pontos que contribuíram para uma perspectiva mais favorável foi o retorno do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e os investimentos em obras de infraestrutura.
Por fim, é esperado que o investimento na reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes contribuam para aumentar o nível de atividade no setor. No momento, porém, ainda não está claro qual será o tamanho desse efeito.
“Temos certeza do efeito positivo que a reconstrução vai gerar, mas não temos ainda um número definitivo sobre o valor dos investimentos, nem em qual período”, ponderou Vasconcelos. “O que sabemos é que será um efeito disseminado nos próximos meses e nos próximos anos”.
Por Circe Bonatelli
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