O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta quinta-feira, 18, não ser “simples” entender como as convenções se formam, ao ser questionado se entendia que a desconfiança do mercado sobre o Brasil seria fruto de posições ideológicas. Ele disse também que há “dificuldade” em entender essa descrença partindo da avaliação dos dados sobre a economia brasileira. A pergunta foi feita porque, mais cedo, Mello afirmou que convenções não precisam necessariamente ser ancoradas em dados e fatos, podendo ser amparadas por “percepções, crenças e ideologias”.
Ao justificar sua resposta, o secretário afirmou que não estava querendo passar nenhuma “mensagem”, mas pontuou que as projeções e, portanto, os dados do próprio mercado estão em patamares positivos.
“Projeções do mercado para PIB e inflação não estão propriamente ruins, ainda estão em patamares positivos, com queda da inflação e crescimento razoável”, disse Mello, citando ainda que o Brasil tem uma “boa base e fundamentos” que se refletem nas reavaliações do crescimento da atividade econômica pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelas agências de risco.
Tendo isso em vista, o secretário reforçou sua avaliação de que o papel do governo é de entregar “fatos” que irão reduzir medos e inseguranças. “Se a desconfiança sobre o Brasil não está ancorada em dados, está ancorada em outros fatores. Não é simples entender como as convenções se formam. Formação de convenções vai além de análise mera e fria de fatos”, disse Mello, para quem as projeções serão revisadas, o que irá se refletir nos preços do futuro.
Por Amanda Pupo e Giordanna Neves
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