As Bolsas da Ásia fecharam em baixa nesta quinta-feira, 16, após dados mistos da China alimentarem preocupações sobre o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo após o choque do coronavírus.
Números de Pequim mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China teve expansão anual de 3,2% no segundo trimestre, superando expectativas de alta de 2,6% e após sofrer uma violenta contração de 6,8% nos primeiros três meses do ano em função dos efeitos da pandemia de coronavírus, que teve início na cidade chinesa de Wuhan. Já a produção industrial do país cresceu 4,8% em junho ante igual mês do ano passado, como se esperava. Por outro lado, as vendas no setor varejista sofreram uma inesperada queda anual de 1,8% no mês passado, indicando que a China ainda tem bolsões de fraqueza.
Também continuam no radar as tensões entre EUA e China, que ganharam força desde que o governo chinês aprovou uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong. Recentemente, os países impuseram sanções a autoridades e instituições um do outro. Segundo matéria do The New York Times, a Casa Branca considera agora proibir que membros do Partido Comunista da China e suas famílias viajem para os Estados Unidos.
Bolsas da Ásia
Os mercados chineses lideraram as perdas na Ásia. O índice Xangai Composto teve queda de 4,5%, a maior desde o início de fevereiro, a 3.210,10 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu tombo ainda maior, de 5,2%, a 2.144,24 pontos. Foi o terceiro dia seguido de desvalorização das bolsas chinesas que, até então, vinham num rali que durou mais de uma semana.
Em outras partes da região asiática, o índice acionário japonês Nikkei caiu 0,76% em Tóquio, a 22.770,36 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 2% em Hong Kong, a 24.970,69 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 0,82% em Seul, a 2.183,76 pontos, e o Taiex registrou baixa mais modesta, de 0,37%, a 12.157,74 pontos.
Na Oceania, a Bolsa australiana ficou no vermelho, reagindo também a dados ruins do mercado de trabalho doméstico e após o Estado de Victoria relatar o maior aumento diário no número de casos de coronavírus desde o início da pandemia. O índice S&P/ASX 200 caiu 0,69% em Sydney, a 6.010,90 pontos.
Bolsas da Europa
As Bolsas europeias abriram o pregão desta quinta-feira em baixa, revertendo o movimento de valorização de ontem, à medida que investidores monitoram a disseminação do coronavírus pelo mundo, particularmente nos EUA, e aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Às 4h09, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 0,38%, a de Frankfurt recuava 0,57% e a de Paris se desvalorizava 0,59%. Já a de Milão se mantinha estável, enquanto as de Madri e de Lisboa perdiam 0,12% e 0,37% respectivamente.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa na madrugada desta quinta-feira, após subirem mais de 2% e atingirem os maiores níveis em quatro meses na sessão anterior. Como se esperava, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados – Opep+ – confirmaram ontem que vão começar a relaxar o acordo para corte na produção coletiva do grupo a partir de agosto em meio a sinais de recuperação da demanda pela commodity. Às 4h52 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para setembro caía 0,82% na Nymex, a US$ 41,06, enquanto o do Brent para o mesmo mês recuava 0,55% na ICE, a US$ 43,55.
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