O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) já atraiu o interesse de 23 instituições financeiras, de acordo com o vice-presidente de agronegócio e governo do Banco do Brasil, João Pinto Rabelo. Desse grupo, 14 entregaram a documentação ao BB, que administra o Fundo Garantidor de Operações (FGO) – responsável por garantir as operações, e cinco já tiveram a adesão formalizada.
“Esperamos que com esse grupo grande consigamos empregar o limite de R$ 18,7 bilhões do programa. Alguns bancos estão esperando últimos ajustes para aderir”, disse Rabelo, em coletiva de imprensa, nesta tarde, acrescentando que a expectativa é que o valor seja totalmente empregado durante a duração do programa, de até seis meses.
Dentre os últimos ajustes, conforme Rabelo, estavam a retirada da exigência de liberação de 80% dos recursos para as micro empresas e 20% aos negócios de pequeno porte. Os bancos temiam que essa restrição acabasse travando a concessão do crédito caso um segmento demandasse mais do que o outro.
Outra restrição diz respeito à exigência de garantia pessoal dos sócios. Alguns bancos ainda não começaram a ofertar a linha, segundo apurou o Broadcast, justamente por esse seria um impedimento para fazer toda a operação por meio de canais digitais.
“O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre Da Costa, está cuidando disso com muita atenção. Estamos trabalhando junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para que consigamos uma solução”, explicou Rabelo.
Segundo ele, essa questão deve estar resolvida na próxima versão do regulamento do FGO, que deve ser aprovada no início da próxima semana.
Para o vice-presidente de negócios de varejo do BB, Carlos Motta, o Pronampe é uma linha ‘menos travada’ e ‘mais simplificada’ que outras que focavam a micro e pequena empresa e, por isso, deve ter demanda. No banco, já foram contratadas 1.500 operações de um total de 45 mil sinalizações. Caso todas sejam confirmadas, conforme cálculos de Motta, o BB atingiria R$ 2 bilhões.
“R$ 3,7 bilhões é o teto que estamos expostos dentro do FGO. Acima desse valor, temos de contratar com linhas próprias e que trazem condições negociais diferentes. Esperamos utilizar todo esse nosso teto”, disse Motta.
O BB anunciou nesta quarta-feira, 1º, o início da oferta de crédito no âmbito do Pronampe. De acordo com executivos do banco, primeiro, foi priorizada a construção do FGO, para que os recursos pudessem ser recebidos – foi feita uma injeção de R$ 15,9 bilhões, para que então o banco passasse a operar.
Por Aline Bronzati
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