Além das ofertas iniciais (IPOs), as companhias de capital aberto seguem divulgando seus planos de oferta subsequente (follow-on) para reforço de caixa neste momento.
No fim de semana, a Internacional Meal Company (MEAL3), dona da rede de restaurantes Viena, Pizza Hut, KFC e Frango Assado, enviou documento à CVM convocando uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar a respeito de um possível aumento de capital.
Já o banco BTG Pactual (BPAC11) emitiu fato relevante nesta segunda-feira (22) anunciando a sua oferta subsequente de ações totalmente primária. Serão emitidas 28,5 milhões de novas ações Units (1 ação ordinária ON e 2 ações preferenciais PN), com valor da oferta de R$ 2,05 bilhões, sem lote suplementar/adicional.
A oferta será do tipo restrita (exclusiva aos atuais acionistas e investidores profissionais), com fixação do preço já na próxima segunda-feira (29) e início da negociação das novas ações na B3 em 1º de julho. O período de reserva será de 22 a 26 de junho.
O aumento no volume de ofertas subsequentes indica que as companhias acreditam no bom momento para captação de recursos próprios junto ao mercado, dando indícios de que o pior em termos de volatilidade já pode ter passado. Em geral, a notícia é positiva para os acionistas de ambas as companhias no médio prazo. No entanto, os recentes movimentos de forte alta limitam o potencial de valorização das ações BPAC11 no curto prazo.
Analistas destacam que numa oferta de ações restrita à investidores institucionais sempre existe uma pressão negativa na fixação do preço da oferta, que geralmente vem um pouco abaixo do preço do mercado.
No ano o Ibovespa chegou a recuar 45% no pior momento, enquanto o BTG Pactual (BPAC11) 65% e a IMC (MEAL3) 70%.
Até a última sexta-feira (19) o Ibovespa recua 16,5%, enquanto o banco BTG Pactual (BPAC11) tem perdas de apenas 4,6% e a IMC (MEAL3) recua 53,8%.
Segundo o BTG, os recursos da oferta serão utilizados para o crescimento da operação digital. Para analistas, o BTG é mais comparável à XP do que a outros bancos tradicionais de crédito (por exemplo, Itaú Unibanco).
O pior desempenho relativo da IMC é explicado pela natureza da sua operação, duramente atingida pelas restrições de circulação impostas a partir de março. Na última semana daquele mês, a companhia chegou a reduzir em um terço o seu quadro de funcionários.
Ademais, a possível oferta pode representar um fôlego e redução da sua alavancagem. Em 31 de março, a companhia fechou o período com um endividamento bruto de R$ 600 milhões e relação dívida líquida/Ebitda de 2,7x.
Mesmo com os recentes esforços realizados em termos de alongamento da dívida junto aos debenturistas, a situação financeira e operacional da companhia é delicada e por isso a possibilidade da oferta é bastante positiva.
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