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Índia se tornará principal motor do crescimento da demanda de petróleo até 2030, diz AIE

O papel da Índia nos mercados petrolíferos globais crescerá, significativamente, ao longo do restante da década, impulsionado pela forte expansão da sua economia, população e demografia. Com essa perspectiva, o país deve se tornar o maior propulsor do crescimento da demanda de petróleo entre hoje e 2030, assumindo uma pequena margem de liderança ante a China, projeta a Agência Internacional de Energia (AIE).

A agência, com sede em Paris, prevê que a Índia está a caminho de registrar um aumento na sua demanda por petróleo de quase 1,2 milhão de barris por dia, respondendo por mais de um terço do incremento de 3,2 milhões de barris por dia previsto para todo o globo até 2030.

A enorme expansão industrial significa que o diesel será o produto mais relevante nesse aumento da demanda pela Índia. A procura por querosene de aviação deve crescer fortemente, em torno de 5,9% ao ano, em média, mas a partir de uma base baixa em comparação com outros países.

No que se refere à procura por gasolina, o crescimento esperado é de, em média, 0,7%, já que a ampliação da frota de veículos elétricos pela Índia evitará um aumento mais relevante.

“Os novos veículos elétricos e a melhora da eficiência energética evitarão uma procura extra de 480 mil barris por dia de petróleo no período 2023-2030”, prevê a AIE. Isto significa que, sem este ganho, a procura de petróleo da Índia atingiria um nível muito superior ao 1,68 milhão de barris por dia em 2030, em comparação com a previsão atual.

Em decorrência da ampliação da demanda, a AIE calcula que, nos próximos sete anos, haverá um acréscimo equivalente a 1 milhão de barris por dia de nova capacidade de destilação de refinarias. Será o segundo maior aumento da capacidade de refino entre os países do globo, atrás apenas da China.

BIOCOMBUSTÍVEL

A AIE diz que os biocombustíveis já desempenhem um papel fundamental na descarbonização do setor dos transportes na Índia. A nação do sul da Ásia já é o terceiro maior produtor e consumidor mundial de etanol, uma vez que a produção interna triplicou nos últimos cinco anos.

Com a abundância de matérias-primas, o apoio político e a implementação eficaz de diretrizes, a taxa de mistura de etanol de cerca de 12% está entre as mais altas do mundo. E a Índia adiantou em cinco anos o seu prazo para duplicar a mistura nacional de etanol na gasolina para 20% no quarto trimestre de 2026.

A agência, contudo, ressalva que o alcance de uma mistura de 20% de etanol num período de tempo tão curto enfrenta vários desafios, entre eles, a necessidade de uma rápida expansão da oferta de matérias-primas.

Por Patricia Lara, especial para o Broadcast

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