A Helbor (HBOR3) divulgou nesta terça-feira (16), após o fechamento dos mercados, o resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números foram positivos, com destaque para o primeiro lucro líquido registrado após 13 trimestres consecutivos de resultados negativos. Já a receita líquida e a geração de caixa vieram dentro do esperado.
Os principais destaques positivos foram: i) redução do estoque pronto; ii) geração de caixa pelo oitavo trimestre consecutivo de R$ 49,1 milhões; iii) aumento significativo na margem bruta ajustada e; iv) melhora no resultado financeiro reflexo da redução no nível de endividamento.
Do lado negativo, foi possível perceber um aumento considerável no cancelamento de vendas (distratos). Porém, esta informação já era pública desde a divulgação da prévia operacional.
Como a empresa antecipou seus lançamentos para o quarto trimestre de 2019, não houve novos lançamentos no primeiro trimestre deste ano.
Analistas esperam um impacto positivo no preço das ações da Helbor (HBOR3) no curto prazo. As ações acumulam queda de 47,9% em 2020, comparada à desvalorização de 19,1% do Ibovespa no período.
Como a Helbor já havia divulgado um resultado operacional em meados de abril, as notícias ruins como o aumento dos cancelamentos de vendas (distratos), por exemplo, já haviam sido absorvidas pelo mercado. O resultado trimestral, porém, trouxe novidades positivas.
A prévia operacional já havia mostrado bons números de vendas contratadas, especialmente vendas de estoques prontos, e volume de entregas, o que de fato impulsionou a geração de caixa no trimestre (R$ 49,1 milhões). O volume de vendas atingiu R$ 242 milhões (parte Helbor), o maior volume de vendas dos últimos seis anos, mesmo em um trimestre sem lançamentos.
Apesar disso, os distratos representaram 23,4% das vendas brutas no trimestre, bem acima dos 9,8% registrados no trimestre anterior. O lado positivo é que 72% do forte volume de vendas correspondem a unidades concluídas, o que deve se traduzir em geração de caixa para a companhia.
A receita líquida atingiu R$ 259 milhões no trimestre, aumento de 11% em relação ao primeiro trimestre de 2019. A margem bruta ajustada ficou em 36,8%, significativamente superior aos 30,5% no mesmo período de 2019 e aos 16,4% no quarto trimestre de 2019.
A empresa também conseguiu reduzir as despesas gerais e administrativas no primeiro trimestre, redução de 8% em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Na última linha, houve reversão de prejuízo para lucro líquido. No primeiro trimestre de 2020, o resultado líquido do controlador ficou positivo em R$ 5,4 milhões. A melhora foi expressiva se comparado ao primeiro e ao quarto trimestres de 2019, quando foi registrado resultado negativo de R$ 39,2 milhões e R$ 26,9 milhões, respectivamente.
O endividamento bruto total da Helbor era de R$ 1,41 bilhão, dos quais R$ 321 milhões com vencimento nos próximos 12 meses. Entretanto, a companhia declarou ter um caixa de R$ 538,8 milhões, reforçado pelos recursos provenientes de sua oferta pública subsequente de ações (follow-on) realizada em outubro de 2019. A relação dívida líquida sobre patrimônio líquido era de 69% em março deste ano.
Em um primeiro momento, a foto dos números da companhia pode não impressionar, mas a sequência dos resultados deixa claro o processo de retomada operacional que a empresa vive. Embora não tenha havido paralisação no setor de construção e as obras continuem em ritmo normal, a empresa informou que os lançamentos seguem suspensos até que se desenhe um cenário mais claro da atual situação econômica do país e da pandemia do coronavírus.
O segundo trimestre de 2020 deverá ser bem fraco em termos de vendas contratadas, pois os estandes de vendas foram abertos apenas em junho, com queda mais forte nas vendas no segmento de média e alta renda, pois a compra do imóvel “upgrade” foi adiada devido à pandemia da Covid-19.
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