As bolsas de Nova York não tiveram sinal único, em pregão marcado pela expectativa e pela reação aos anúncios de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Na tarde desta quarta-feira, 10, o Fed manteve os juros, como esperado, e reafirmou seu compromisso de agir para apoiar o quadro econômico e nos mercados. Logo após a decisão, as bolsas ganharam força e todos os índices chegaram a subir, mas o Dow Jones e o S&P 500 não tiveram fôlego.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,04%, a 26.989,99 pontos, o S&P 500 cedeu 0,53%, a 3.190,14 pontos, e o Nasdaq registrou ganho de 0,67%, a 10.020,35 pontos, em nova máxima histórica de fechamento.
Os índices abriram o dia com ganhos, na expectativa pelo Fed, e o setor de tecnologia novamente se destacou. A ação da Apple fechou em alta de 2,57%, Intel avançou 1,32% e Microsoft, 3,71%. Entre outros papéis importantes que apoiaram o Nasdaq, Amazon subiu 1,79% e Alphabet (Google), 0,87%.
Boeing, por outro lado, fechou em queda de 6,15%, corrigindo altas recentes, e os bancos também se saíram mal, com o Fed reafirmando a expectativa de juros baixos por um bom tempo nos EUA: Citigroup (-6,12%), Bank of America (-5,74%) e Goldman Sachs (-2,10%) tiveram quedas consideráveis. Caterpillar, por sua vez, perdeu 1,30%.
Presidente do Fed, Jerome Powell enfatizou que o BC americano atuará pelo “tempo que for preciso” em busca do máximo emprego e disse que não há previsão de depressão econômica. Ele comentou, também, que o Fed não tem um foco em um patamar específico para os ativos financeiros, dizendo que não tomaria decisões a partir do pressuposto, por exemplo, de que haveria ativos excessivamente valorizados.
A postura favorável a uma política monetária mais relaxada tende a ajudar o mercado acionário, mas a manutenção dos juros era amplamente esperada e, além disso, o Fed também destacou incertezas no cenário econômico atual, já que a atividade futura dependerá em grande medida do sucesso ou não na frente de saúde contra a covid-19. Em relatório, a Pantheon destaca que o Fed mostra determinação de fazer “o que for possível para promover a recuperação”, mas também avalia as projeções atualizadas da instituição divulgadas hoje como “sombrias”.
Por Gabriel Bueno da Costa
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