As bolsas da Europa fecharam hoje em alta, com Paris e Madri subindo quase 2% e os pares ficando próximos de 1,5%. As bolsas operaram em bom humor, acompanhando Nova York depois da pausa na alta de juros pelo Federal Reserve (Fed) ontem, e precificando um possível pico no aperto monetário. Enquanto isso, o Banco da Inglaterra (BoE) seguiu a expectativa do mercado e também manteve suas taxas. Os mercados também monitoraram os balanços corporativos de gigantes europeias.
Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 1,40%, a 7.445,24 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 1,46%, aos 15.141,35 pontos; em Paris, o CAC 40 subiu 1,87%, aos 7.062,39 pontos; em Madri, o Ibex 35 teve ganhos de 1,95%, aos 9.252,20 pontos; em Milão, o FTSE MIB subiu 1,75%, a 28.475,96 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 ganhou 1,12%, aos 6.394,30 pontos. As cotações são preliminares.
Hoje, o Banco da Inglaterra manteve os juros em 5,25% pela segunda reunião consecutiva, e o presidente do BoE, Andrew Bailey, indicou que a inflação pode arrefecer abaixo de 5% ao ano em outubro. Segundo o ING, o mercado britânico já precifica cortes para mais cedo no ano que vem, com tom de otimismo que vem incomodando o BC do país. Hoje, o BoE também atualizou suas projeções, indicando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais esquálido neste ano.
Enquanto isso, ontem o Federal Reserve pausou os juros em uma medida amplamente esperada, e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, não veio hawkish o suficiente para dissuadir o mercado, que também parece convicto de que o BC americano já fez seu trabalho, visto que a ferramenta do CME Group calcula que a probabilidade maior é de que não haja novas altas, com cortes a partir de junho de 2024.
Michael Hewson, do CMC Markets, avalia que o início de outubro parece “exuberante” para os mercados europeus, visto que outubro marcou perdas dos principais índices. Ele pontua que “a queda dos rendimentos dos títulos públicos suscita o otimismo de que os bancos centrais terão terminado”, sobretudo depois das duas decisões de Fed e BoE.
Também hoje, o balanço da Shell com ampliação no lucro e anúncio de recompra de ações fez os papéis da petroleira subirem 4,33%, dando sequência ao movimento altista das ações, que segundo Hewson têm viés de alta desde que o novo CEO, Wael Sarwan, anunciou que a empresa vai voltar atrás em parte de suas estratégias de energia renovável.
Em Frankfurt, as ações da Lufthansa subiram 7,61% depois da companhia aérea apresentar lucro acima do esperado por analistas no terceiro trimestre. Em Amsterdã, o banco ING recuou 2,03%, na esteira de um indício de aumento de custos revelado em seu balanço.
Por Gabriel Tassi Lara
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