Alguns setores da indústria, comércio e serviços no Ceará voltaram a funcionar, de forma parcial, a partir desta segunda-feira, 1º. A volta às atividades faz parte do plano de reabertura da economia, publicado no Diário Oficial do Estado. No entanto, o isolamento social segue até o dia 7 de junho, com a circulação de pessoas em espaços públicos restrita a apenas casos de necessidade e com o uso obrigatório de máscara.
Neste primeiro momento, chamado de fase de transição e que dura sete dias, quase 67 mil cearenses devem retornar ao trabalho, sendo cerca de 44 mil somente na capital, Fortaleza.
Logo no início da manhã deste primeiro dia de afrouxamento do isolamento social, foi possível observar movimentação intensa no trânsito da capital e de pessoas sem máscara. O motorista Elder Mendonça, de 37 anos, descreve o fluxo nas grandes avenidas. “O trânsito está horrível, parece que voltou ao normal. Tiraram os carros, motos da garagem e voltou a todo vapor”, disse.
O relato do motorista é igual ao da funcionária pública, Ana Leticia, de 24 anos. “A gente sabe que o governador não liberou geral, mas a impressão é de que as pessoas acham que está tudo bem. Muitos carros nas ruas”.
Para tentar controlar o fluxo de pessoas, o governo estadual definiu protocolos que cada categoria deve seguir, com recomendações sanitárias. “Esse é um período de testes. Essa fase de transição terá sete dias. A partir disso, a Saúde avalia a situação no Estado e autoriza ou não o início da primeira fase, que começa em 8 de junho”, explicou o governador Camilo Santana (PT).
No centro de Fortaleza, a movimentação também foi intensa. Mesmo com protocolo de segurança exigido pelo Estado, foi possível registrar vários pontos de aglomeração e ônibus superlotados.
De acordo com o plano de reabertura, o horário de atuação das empresas deve ser reduzido. O comércio, por exemplo, deve funcionar das 10h às 16 horas. Já a administração pública deve atuar das 9h às 18 horas. A proposta estadual, com a divergência de horários, é evitar o pico de utilização do transporte público.
Embora algumas pessoas não estejam respeitando as recomendações, o comerciante Agnaldo Alves, proprietário de um depósito de construção no bairro Messejana, no sudoeste de Fortaleza, conta que está atendendo os clientes fora do estabelecimento. “Não atendendo se a pessoa não estiver usando máscara, sempre uso álcool em gel e, nas primeiras semanas, não vou deixar ninguém entrar na loja, para garantir segurança para mim, meus funcionários e também para os clientes”, ensinou.
Desta segunda-feira até o próximo domingo, 7, a fase de transição avalia a possibilidade de pôr em prática as outras quatro etapas do plano da retomada da economia – que acontece de forma gradual até julho, a depender dos resultados e do número de casos da covid-19.
Em todo o Ceará, até esta segunda-feira, 1º, são 50.504 casos confirmados da doença e 3.188 óbitos, com 10 mortes registradas nas últimas 24 horas. Ainda segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria de Saúde do Ceará, 33.293 pessoas se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus.
Lockdown no interior
Apesar da liberação de algumas atividades na capital cearense, alguns municípios do Interior foram orientados a adotar isolamento social rígido. São eles: Sobral, Caucaia, Maracanaú, Itapipoca, Itarema e Acaraú. Juntas, as cidades somam 7.692 pessoas infectadas.
Só em Sobral, que é a segunda cidade cearense com mais casos de contaminação pelo novo coronavírus, são 2.222 casos e 73 óbitos. Fortaleza é o epicentro da doença no Estado, com 24.104 confirmações e 2.084 mortes, segundo último boletim epidemiológico da plataforma IntegraSUS.
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