O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que novas medidas para estimular a concessão de crédito devem ser anunciadas nos próximos dias. “As medidas querem direcionar o crédito para que chegue onde tem que chegar”, afirmou.
Ele citou ainda a reformulação do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) que está sendo elaborada pelo BNDES e deve ser anunciada em breve. “Entendemos que fundo garantidor é bom porque alavanca o crédito”, completou.
Em audiência na comissão mista que acompanha medidas de combate à pandemia do coronavírus, Campos Neto disse que o Brasil não tem um problema de falta de cédulas.
Ele completou que houve um aumento da demanda por dinheiro em espécie com os saques do auxílio emergencial e o maior entesouramento por incertezas geradas pela crise. “Pedimos à Casa da Moeda que antecipe produção. Não existe falta de cédula em ATM e nem vai existir. Não temos problema aqui e nem vemos problema à frente”, afirmou.
Condições
O governo poderá permitir que empresas tomem crédito subsidiado para financiar o pagamento da folha de pagamentos com o compromisso de manter apenas 50% de seus empregados. A informação consta da apresentação do presidente do Banco Central em comissão do Congresso Nacional.
Até agora, a exigência era de conservar 100% dos empregos, mas a linha vinha tendo uma procura menor do que a esperada. Há duas semanas, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou que o governo poderia flexibilizar a exigência de manutenção do emprego para que empresas peguem empréstimos com recursos do Tesouro Nacional para pagar salários.
A reformulação do programa está sendo discutida na tramitação da MP 944, que criou a medida de financiamento da folha de pagamentos.
A apresentação de Campos Neto informa ainda que o programa será estendido para empresas com faturamento superior a R$ 10 milhões, até R$ 50 milhões, como também antecipou o Broadcast, e que o programa será estendido por mais dois meses. A medida inicial era para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. A expectativa, de acordo com a apresentação, é de um impacto adicional de R$ 5 bilhões com a extensão do programa e de mais R$ 5 bilhões com a inclusão da nova faixa de faturamento, com um volume total do programa de R$ 15,5 bilhões.
Campos Neto utilizou a apresentação como base de sua fala inicial na comissão mista que acompanha medidas de combate à pandemia do coronavírus, mas não fez a leitura da parte que trata da reformulação do programa de financiamento da folha de pagamentos. De acordo com o documento, dos R$ 40 bilhões inicialmente previstos, foram liberados até agora R$ 1,929 bilhões.
Por Lorenna Rodrigues e Fabrício de Castro
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