O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 28, que a barra para alterar o ritmo de cortes da taxa Selic, de 0,50 ponto porcentual, é alta tanto para cima quanto para baixo, e reiterou que o ritmo atual é apropriado.
Campos Neto disse que em agosto que a questão do ciclo foi muito discutida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ele ponderou, no entanto, que é um risco querer alongar a mensagem sem ter certeza de até quando o ciclo será necessário.
Questionado sobre o que seria necessário para acelerar o ritmo de corte da Selic a 0,75 ponto porcentual, Campos Neto afirmou que não há nenhuma fórmula mágica. Seria necessário trazer a expectativa de inflação para perto de 3,0%, uma mudança substancial no hiato e uma inversão de algumas tendências na inflação corrente, ou uma aceleração de tendência em algumas aberturas, como os núcleos, enumerou. “É o conjunto da obra.”
Mão de obra
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que há incerteza se há algum vetor estrutural que justifique o desempenho recente da mão de obra.
Campos Neto aventou que, em parte, é possível que o movimento seja reflexo de iniciativas fiscais, como o Bolsa Família. Outro debate aventado é relacionado ao trabalho remoto, disse. O presidente do BC afirmou que é necessário investigar se a pandemia alterou de forma estrutural o modo como vemos o emprego.
A autoridade participou de painel no Warren Institutional Day, em São Paulo.
Por Marianna Gualter e Denise Abarca
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