Na defesa por juros mais baixos no País, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apesar da queda da taxa de desemprego, a desaceleração econômica causada pela política monetária se manifesta no aumento da informalidade no mercado de trabalho. As declarações foram feitas ao jornalista Luis Nassif, em entrevista neste sábado, 29.
Ele argumentou que os pedidos de seguro-desemprego e a informalidade aumentaram, mesmo com a queda no desemprego, que chegou a 8% no segundo trimestre, menor taxa para o período desde 2014. Já o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 157.198 postos com registro em carteira em junho, de acordo com Ministério do Trabalho, abaixo das expectativas.
O ministro voltou a falar que o orçamento é suficiente para acabar com fome e extrema pobreza no Brasil. Ele citou que é necessário, para isso, “ir atrás de quem realmente está precisando”. Para ele, isso passa pela reorganização do CadÚnico, sistema de cadastro de famílias que recebem auxílios, que está sob a gestão do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Pauta legislativa
No marco de garantias, Haddad disse que espera que os dispositivos de penhorabilidade de bens de família, excluídos no Senado, não sejam inseridos pela Câmara. Já no Projeto de Lei das Fake News, o titular da Fazenda comentou que dará trabalho ao Congresso encontrar a “linha fina” entre liberdade de expressão e censura, mas que o governo está debruçado em criar uma cadeia de responsabilização.
“Eu que vivi eleições de 2018, como vítima do processo, sei que não é fácil lidar com fake news, que tem efeito rápido. Responsabilização vem depois”, disse, em referência à disputa com Jair Bolsonaro na qual saiu perdedor.
Segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a Fazenda apresente soluções para incorporação de tecnologia para as empresas brasileiras. “O presidente quer que a transferência de tecnologia seja uma questão central do plano de transição ecológica”, disse Haddad.
O plano que o ministério vai apresentar tem um capítulo dedicado ao assunto, segundo o ministro. Haddad aponta que a importância do tema gerou, inclusive, a revisão da cláusula de compras governamentais do acordo do Mercosul com a União Europeia.
Por Aramis Merki II e Thais Barcellos
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