O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, confirmou, em reunião virtual com membros da entidade, que deixará o cargo em 31 de agosto de 2020, um ano antes do previsto. O brasileiro disse que a decisão visa dar mais tempo para que o órgão escolha seu sucessor, sem que o processo dispute atenção com os preparativos para a 12º Reunião Ministerial (MC12, na sigla em inglês), que acontecerá em 2021.
“Essa é uma decisão pessoal – uma decisão familiar – e estou convencido de que ela serve os melhores interesses desta Organização”, afirmou ele, esclarecendo que não tem nenhum problema de saúde nem pretende obter ganhos políticos com isso.
Pelas regras da instituição, a escolha do novo diretor-geral começaria em dezembro e provavelmente dominaria o primeiro trimestre de 2021, de acordo com Azevêdo. “Esse calendário prejudicaria claramente o trabalho preparatório para o MC12, independentemente de ser realizado no verão do Hemisfério Norte ou no final do ano”, destacou.
O diretor-geral defendeu que o órgão continue a trabalhar nas reformas, em meio à paralisia provocada por críticas de vários países, sobretudo os Estados Unidos. “Sabemos que a OMC não pode ficar paralisada enquanto o mundo a sua volta muda profundamente. Garantir que a OMC continue a responder às necessidades e prioridades dos membros é um imperativo, não uma opção”, salientou.
O líder da OMC também ressaltou que a reunião do Conselho Geral, marcada para a sexta-feira, não será sobre sua renúncia.
Por André Marinho
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