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Juros fecham em alta com exterior e cena política doméstica

(Foto: Shutterstock)

A “dose de realidade” trazida pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao mercado financeiro global se somou, no Brasil, a mais um dia de ruído político, elevando o prêmio de risco para ativos domésticos e causando a inclinação da curva futura de juros. As preocupações fiscais seguem ainda como pano de fundo, à medida que o projeto Pró-Brasil, que prevê recursos da União, volta à mesa com comentários do vice-presidente Hamilton Mourão.

Ao fim da sessão regular, o contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 2,610% ontem (terça, 12) para 2,655% hoje (quarta, 13). O janeiro 2022 avançava de 3,500% para 3,640%. O janeiro 2023 saltava de 4,730% para 4,940%, na máxima do dia. E o janeiro 2027 ia de 7,790% para 7,960%.

A incerteza veio de temores em torno da reabertura econômica nos Estados Unidos e de comentários de Jerome Powell em um webinar no meio da manhã. O dirigente negou adotar juros negativos neste momento nos Estados Unidos, apesar de crescentes rumores e pressões no mercado.

Powell também alertou que a recuperação da economia pode demorar algum tempo. Isso ampliaria os riscos de problemas de liquidez se transformarem em uma crise de solvência. Essa declaração em específico foi lida por analistas do banco holandês como uma “dose de realidade” ao mercado.

Mas não apenas fatores externos que conduziram à inclinação da curva de juros hoje. Nem mesmo a divulgação, à tarde, dos exames do presidente Jair Bolsonaro para covid-19, que deram negativo, desanuviou o ambiente político.

A expectativa em torno da divulgação ou não do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, quando Bolsonaro teria pressionado o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro a trocar o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro, segue fazendo preço nos ativos domésticos.

Por Mateus Fagundes

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