A visita de representantes do governo brasileiro a um centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, na China, contou com algo diferente. A delegação brasileira, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-dama Janja, foi recepcionada com música ao vivo.
A canção? Uma das mais famosas do País no exterior: Garota de Ipanema, eterno arranjo de Tom Jobim com letra de Vinicius de Moraes. Uma das versões da música no YouTube, por exemplo, conta com mais de 5 milhões de visualizações.
Vídeo postado pela Secretaria de Comunicação do governo mostra um trecho da execução da canção.
Durante o encontro, Lula e primeira-dama também experimentaram um óculos de realidade virtual da companhia.
Mas a visita de Lula ao completo tem implicações mais importantes – tanto para a empresa quanto para o governo.
De acordo com Renato Cruz, professor do centro universitário Senac e especialista em tecnologia, a Huawei tem posição de destaque no mercado de infraestrutura de telefonia celular – a empresa permaneceu no País, no mercado 5G, recentemente adotado. A companhia chinesa está no Brasil há 25 anos.
Mercado
Segundo o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, a importância da Huawei no mercado de tecnologia brasileiro recai principalmente nos setores de telecomunicações e inteligência artificial. “A infraestrutura das teles aqui no Brasil em grande parte está com a Huawei. Essa empresa tem uma importância em avanços na área do 5G e da inteligência artificial”, afirmou.
A empresa é uma gigante da tecnologia. Fabricante de equipamentos de telecomunicações, obteve lucro líquido de US$ 5,1 bilhões no ano passado. Um valor expressivo, mas 68,7% de recuo na comparação com o ano anterior. É justamente a pesquisa e o desenvolvimento os motivos apontados para a queda do lucro da companhia.
Ao divulgar esses números, recentemente, no fim de março, a companhia explicou que está investindo em pesquisa básica e inovação em áreas como inteligência artificial, armazenamento e compartilhamento de dados em nuvem, além de componentes automotivos e tecnologias de software.
“Tivemos aumento das despesas com pesquisas, mas acreditamos que esses investimentos vão se traduzir em ganho de competitividade no futuro com melhores produtos e soluções”, afirmou na época da divulgação o diretor de comunicação corporativa para América Latina, Michael Chen, em entrevista coletiva.
Por Redação O Estado de S. Paulo
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