A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deu o pontapé inicial para o Brasil desenvolver áreas de estocagem de gás natural, atividade ainda incipiente no País e que precisa de regulamentação. Até o dia 25 de abril, a autarquia recebe propostas de consultorias interessadas em realizar estudos de avaliação de estocagem subterrânea de gás natural (ESGN). O trabalho será financiado pelo Banco Mundial em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME).
A estocagem está prevista na Lei do Gás, aprovada em 2021, e cuja regulamentação ainda está em andamento. De acordo com a EPE, a ESGN seria uma forma de garantir segurança de suprimento, possibilitando também o balanceamento da malha de gasodutos, tanto no sentido de estocar excedentes ou injetando na rede, em caso de eventuais dificuldades de fornecimento por parte de agentes carregadores ou produtores.
A estocagem é muito utilizada em lugares com inverno rigoroso, quando a demanda de gás natural chega a dobrar em relação aos níveis de consumo de períodos mais quentes. Na Europa, por exemplo, informa a EPE, o consumo do gás estocado equivale a 27% do total. A tecnologia também é usada em sinergia com os gasodutos, para manter a flexibilidade operacional e o balanceamento da malha de gasodutos de transporte.
A EPE destaca que o papel da estocagem no Brasil era exercido pelo Gás Natural Liquefeito (GNL), uma espécie de garantia energética do País, cujos terminais estavam nas mãos da Petrobrás.
“Com a política de desinvestimentos da Petrobras em curso, os terminais de GNL tendem a atuar de forma diferente da atual, como resultado da diversificação de agentes produtores e comercializadores de gás natural. Essa maior divisão dos riscos de operação da malha de gasodutos poderá alavancar a necessidade de utilização da ESGN, associadas a pontos estratégicos logísticos”, diz a EPE em nota técnica.
Por Denise Luna
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