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Em dia de Copom, Bolsa tem leve recuo e encerra em baixa, aos 79.063 pontos

Antes da aguardada decisão de política monetária do Copom, para a qual a expectativa majoritária do mercado era de corte de 0,50 ponto porcentual na Selic (o corte foi de 0,75 ponto porcentual, de 3,75% para 3,00% ao ano) o Ibovespa teve um dia de moderado ajuste negativo, não se distanciando demais da linha psicológica de 80 mil pontos, cedida na última segunda-feira. Assim, após o ganho de 0,75% ontem, o principal índice da B3 fechou nesta quarta-feira em baixa de 0,51%, aos 79.063,68 pontos, tendo acentuado um pouco mais as perdas perto do fim da sessão, quando Dow Jones e S&P 500 operavam nas mínimas do dia. Hoje, o Ibovespa oscilou entre mínima de 78.055,82 pontos e máxima de 79.996,04 pontos, com giro financeiro a R$ 21,7 bilhões na sessão. Na semana e no mês, acumula agora perda de 1,79%, enquanto cede 31,63% no ano.

Ainda pela manhã, o Ibovespa se ajustava à decisão de ontem à noite da Fitch, que alterou de estável para negativa a perspectiva do rating “BB-” do Brasil. Ao justificar a decisão, a agência de classificação de risco de crédito citou a volatilidade do ambiente político brasileiro e a deterioração do cenário econômico e fiscal do País. No exterior, o otimismo que prevalecia no dia anterior, com a reabertura gradual da economia na Europa, na China e em parte dos EUA, deu lugar a algum pessimismo nesta sessão, quando saiu o relatório não oficial, da ADP, sobre o mercado de trabalho americano em abril, com destruição de 20 milhões de vagas no setor privado, uma retração em nível sem precedentes, a qual já havia siso sinalizada pela evolução dos pedidos iniciais de auxílio-desemprego.

A retomada das fricções entre EUA e China, em torno da responsabilidade pela origem do novo coronavírus, é outro fator que continua a ser acompanhado de perto. De acordo com relato da Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a China “pode ou não” manter o acordo comercial bilateral. A repórteres, Trump disse que será possível saber se os chineses estão ou não cumprindo suas obrigações na fase 1 do acordo comercial “em cerca de uma semana ou duas”. A declaração contribuiu para que Wall Street se posicionasse nas mínimas do dia, perto do fim da sessão.

No Brasil, analistas têm apontado que a questão fiscal, especialmente a duração e a efetividade das medidas extraordinárias adotadas para enfrentar a pandemia e socorrer Estados e municípios, são motivo de atenção, especialmente em um contexto de enfraquecimento político do Executivo e de aproximação do governo ao Centrão, para assegurar apoio no Congresso. “Numa situação como essa, a preocupação é a de sempre na política brasileira: de que benefícios transitórios sejam transformados em distorções permanentes”, diz uma fonte de mercado.

Por outro lado, ao menos em um primeiro momento, o depoimento do ex-ministro Sergio Moro, que começou a chegar ao conhecimento do mercado ainda na tarde de ontem, não produziu o efeito “bomba” que se chegou a temer. “O Moro não fez preço”, observa Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante. Dessa forma, com uma agenda relativamente esvaziada aqui e no exterior, os ganhos nas ações de varejo, como B2W (+19,13%) e Magazine Luiza (+9,86%), induzidos pelo desempenho do comércio eletrônico durante a quarentena, foram o contraponto ao ajuste negativo das ações de Petrobras (ON -3,91%, e PN -3,68%) e bancos (BB -2,91% e Bradesco ON -2,31%) durante o dia.

Em sessão marcada pela volatilidade, e após uma boa semana, em alta, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, reagindo aos números nada animadores da economia americana, e que contribuíram para novo aumento nos estoques da commodity no país, um fator que tem preocupado o mercado global do insumo. Na semana até 1º de maio, os estoques de petróleo nos EUA cresceram o correspondente a 4,59 milhões de barris. Assim, o contrato do WTI para junho fechou hoje em queda de 2,32%, a US$ 23,99 o barril, em Nova York, e o Brent para julho registrou perda de 4,04%, a US$ 29,72 o barril, em Londres.

Por Luís Eduardo Leal

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